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Na esquina renovada que une a Rua dos Bacalhoeiros à Rua da Madalena, os toldos cinzentos anunciam a nova cara da vizinhança: a Claus Porto chegou à Baixa. Na nova loja, o destaque está nos modelos travel size e no bar de sabonetes, para caixas personalizáveis.
A proximidade com o Terminal de Cruzeiros de Lisboa encaminhou a marca para uma aposta em produtos com tamanho de viagem, quase inevitável pelo volume de turismo que vai povoando aquela zona.
A loja da Rua da Misericórdia continuará, no entanto, a ser a principal da marca em Lisboa – é aqui que encontra toda a colecção. “Esta é uma loja de experiência: para ver, cheirar, conhecer e explorar os produtos”, diz Joana Chambel, responsável pelo Marketing da Claus Porto. “Temos uma forte componente turística e tivemos de jogar com isso. Tentámos ser uma loja easygoing, o ambiente também é diferente, com outro tipo de música e outra estética.”
A marca de sabonetes portuense já conta mais de 130 anos de história e, apesar de tudo à sua volta mudar, o negócio mantém-se firme, com produções que recorrem a técnicas antigas e com os produtos a serem embrulhados à mão individualmente.
A novidade desta loja é o Soap Bar, um autêntico bar de sabonetes, mesmo ao fundo da loja. Por baixo estão as caixas, de vários tamanhos, e por cima os sabonetes da gama Deco num dispensador dourado em ferro – aqui cada cliente poderá construir a sua própria caixa de sabonetes costumizável com os de 50gr (65€), em caixas de nove, ou 150gr (40€), em caixas de três.
O projecto de interiores esteve nas mãos do arquitecto Nuno Nascimento que lavou a cara ao espaço, mantendo a identidade da marca. “A disposição das coisas não é estanque. Criámos uma nave central e depois temos pequenos espaços para experiências”, explica. O lioz, usado em tantos outros espaços históricos da cidade, forra o chão da loja e o escalão. Este dá apoio às prateleiras brancas que carregam produtos da marca junto às montras e uma torneira com um ar mais industrial – um habitué nas lojas Claus Porto, para testar os produtos.
“A loja é mais moderna, não tem linhas tão clássicas, mas usamos elementos como a madeira de carvalho para que ficasse mais acolhedora, ou as cortinas verdes da montra”, diz Nuno. Logo à entrada, há um pequeno espaço, todo forrado a madeira, que serve de mini-galeria para expor alguma da história da marca. Isso afasta para o fundo da loja a caixa de pagamento, que usualmente está à entrada das lojas. “Quisemos começar com a zona de exposição porque na Claus Porto a história vem sempre primeiro”, justifica Joana.
Ao centro estão dois carrinhos ambulantes – semelhantes àqueles dos gelados de rua – que servem de bancada e reforçam ainda mais a ideia da viagem, do temporário e da experiência. Em exposição nessas bancadas estão as cinco colónias da marca (Vetiver, Geranium, Fougère, Clementina e Porto) e miniaturas dos sabonetes das colecções Deco e Classico, inseridos em pequenas cúpulas de vidro que intensificam o aroma – em vez de cheirar directamente o sabonete, cheira-se antes a cúpula.
Ao lado, está o expositor dedicado especialmente à Musgo Real, a colecção de produtos para homem, que tem produtos para o barbear tradicional e cuidados de corpo. E além das já lançadas colecções Classic Scent, Orange Amber, Oak Moss e Spiced Citrus, a Claus Porto tem a nova Black Edition, o Príncipe Negro das colecções Musgo Real e a mais sofisticada. É uma linha composta pelo creme de barbear, um eau de toilette e um soap on a rope totalmente preto, feito de carvão vegetal.
E não precisa de entrar na loja para perceber os traços da experiência visual e estética pela qual a marca é conhecida – as montras são um cartão de visita para a loja e uma bela obra de arte com réplicas de sabonetes gigantes. A cortina fecha durante a noite, deixando só as instalações à vista. Durante o dia, ficam abertas a metade, para não revelarem todo o interior da loja.
Rua dos Bacalhoeiros, 36. Seg-Sáb 10.00-20.00, Dom 19.00.