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Teresa e Inês Figueiredo são mãe e filha. Há um ano, juntaram forças e deram vida à Color Square, uma concept store online, pensada para as famílias, que promove momentos em comunidade e na natureza. Agora, depois de uma primeira pop-up na Rua d’O Século, onde estiveram durante cerca de um mês, convidam pais e filhos a descobrir a sua primeira casa a sério, no número 20 do Campo Pequeno. “Demorámos mais do que queríamos a tornar este sonho em realidade, porque estávamos à procura da localização perfeita”, conta Inês, a filha, que se confessa ansiosa pelas novidades para o próximo ano. “Só estamos abertas há duas semanas, mas temos muitos planos para o futuro.”
Facilmente acessível por transportes públicos e perto do parque infantil do Campo Pequeno, a Colour Square parece ter caído do céu, tal é o encaixe entre dois rectângulos cor de telha nova – no meio dos prédios, parece mesmo uma caixa, envidraçada e colorida, com um pé direito alto e uma vista desafogada de fazerem inveja a qualquer um. À porta, lê-se: “Negócio local e familiar”. “Quando vimos este espaço pela primeira vez, ainda estava ocupado e ficámos a namorar, a namorar”, confessa Teresa, a mãe, que foi farmacêutica durante anos e está feliz por voltar a servir o público. O melhor, assegura-nos, é que a zona é muito frequentada por famílias e o passeio em frente tem a medida certa para instalar um estrado. Se tudo correr bem, é o que acontecerá até à próxima Primavera, para que se possam organizar oficinas e outras actividades para famílias ao ar livre.
Com um design que é ao mesmo tempo minimalista e vivaço – destacam-se as pinturas geométricas nas molduras do tecto, que levaram a artista Maria Remédio às alturas –, a Color Square não quer ser apenas mais um destino de compras. A ideia é que as crianças se possam envolver com tudo o que está em exposição. A selecção cuidadosa inclui desde brinquedos, jogos e livros até à colecção de roupa que lançaram em Abril. “Além de ter desenhado as nossas peças, a Maria Remédio também é a autora do nosso logótipo e achámos que seria interessante desafiá-la a ilustrar alguns elementos, então ela andou aqui, com andaimes, porque isto tem para aí cinco metros. Ela nunca tinha pintado tão alto”, desvenda Inês, antes de chamar a atenção para as estantes, que são provisórias e não têm nada a ver com as que mandaram fazer à medida numa fábrica do Norte. Mal podem esperar para estar tudo no devido lugar.
“As cidades estão a pedir espaços diferentes”, diz Inês. “Tivemos convites de centros comerciais e não aceitámos porque não faz sentido para nós. Queríamos ser uma loja de bairro, que leve as pessoas à rua, a passear. E, ao contrário dos centros comerciais, que incentivam ao consumo desenfreado, acreditamos que as compras têm de ser mais conscientes. Dizemos ‘escolham brinquedos e acessórios que duram uma vida, que passam entre irmãos, que passam depois para os vossos netos’”, remata, destacando propostas como as mochilas da Ykra, uma marca húngara artesanal, com cores primárias. “São lindas e fazem um perfect match com a nossa colecção de roupa.” Por falar nisso, agora também há camisolas Color Square para vestir os peluches JellyCat. “São feitas à mão e servem a todos os peluches de tamanho médio.”
Há ainda conjuntos de construção livre e upcycling, puzzles e jogos colaborativos, produtos para crianças criativas, desde livros de colorir até arts & crafts, e muitos, mas mesmo muitos livros estrangeiros. “Não vamos ter em português, porque em português há em todo o lado e é impossível competir com Fnacs e Bertrands. Além disso, temos uma selecção de edições mais difíceis de encontrar em Lisboa, que abordam temáticas como imigração, diversidade e feminismo.” Mas isto é apenas o começo. Teresa e Inês já estão a planear as novidades para o próximo ano, inclusive uma agenda para as famílias, que há-de contemplar actividades como oficinas para pôr mãos à brincadeira. “Eventualmente, actividades também para os pais.”
Campo Pequeno, 20. Seg-Sáb 10.00-19.00 (até ao final de Dezembro, abre também aos domingos, no mesmo horário)
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