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A Curva de Lisboa dá-lhe pão, vinho e arte na Graça

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
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Livros e revistas combinam com café, tostas e comida honesta. No Curva encontra tudo isto, e obras de artistas nacionais numa galeria cuidadosamente curada.

Lá dentro, branco a perder de vista. Pelo meio, o sarapintado de castanhos das mesas resgatadas de uma geladaria de Torres Novas. Ao longe, um balcão azulejado num esbranquiçado reluzente. E muito verde. É assim o café de Daniel e Alex, instalado numa antiga casa na Damasceno Monteiro, quase no Intendente, que antes foi garagem e tipografia. 

Daniel Abrantes, 30 anos, sempre andou ligado à produção de teatro e de eventos. Pelo meio, passou pela Galeria das Salgadeiras e pela Casa Independente, onde geriu o espaço nos últimos dois anos. “Abrir um estúdio/café como este sempre foi um sonho”, conta. Alex Vitebsky, por sua vez, andou a namorar Lisboa nos últimos nove anos. Até que há coisa de um ano trocou a Holanda e um trabalho na área financeira por Portugal.

Fotografia: Duarte Drago

Alex e Daniel conheceram-se na Casa Independente. “Eu disse ‘vamos lá criar alguma coisa juntos’ ”, explica o húngaro de 36 anos. “Começámos à procura de espaços e encontrámos este”. “Fez-nos logo imenso sentido”, resume Daniel. O nome, Curva, entende-se ao chegar à rua que liga, entre curvas, o Intendente à Graça. Mas no seu interior também há uma curva que dá o mote para o nome e que esconde parte importante do que é o café de Daniel e Alex.

Primeiro vê-se o café, e depois da curva aparece então a galeria. Aqui funciona uma galeria/showroom, que tem patente uma exposição do fotógrafo André Picardo. Mas também há peças de artistas convidadas (Mafalda Zagalo, Alexandra Ferreira, Malga e Parva) e livros e revistas seleccionados pelos donos. Tudo para venda. Proximamente, este espaço estará disponível para aluguer e pretende ser o lar de quem quiser dar a conhecer os seus projectos culturais.

Tosta de presunto, burrata, tomate-cereja, rúcula, manjericão e azeite
Fotografia: Duarte Drago

O café aqui é coisa séria por isso houve um trabalho de pesquisa até chegarem ao nome de Sgt. Martinho, torrefactora de café de especialidade. Este lisboeta traz o café de países como o Brasil, Guatemala ou Colômbia até à capital e torra-o. O escolhido foi um do Brasil, oriundo da Serra de Caparaó, que é amargo mas que convence quem o prova.

Tosta de fruta da época
Fotografia: Duarte Drago

Daniel quer que no Curva se possa “fazer imensa coisa”. Ora tomar um pequeno-almoço ou então um copo de vinho (2,20-3,50€) ao final da tarde acompanhado por uma tábua de queijos (8€), para pôr a conversa em dia com os amigos. As tostas abertas são o forte da casa e tudo foi pensado ao pormenor, a começar no pão que lhes chega da padaria artesanal Terra Pão, no Mercado de Arroios. Há tostas com abacate, raspas de limão, chili, sementes de sésamo, sal e azeite (4,5€), de queijo de cabra, fruta da época (figos, nomeadamente), nozes, alecrim, sementes de papoila e mel (6€) ou de presunto, burrata, tomate-cereja, rúcula, manjericão e azeite (7€).

O iogurte ou aveia com frutas e granola caseira (4,5€), pela mão da Mica, uma das responsáveis pela cozinha, é outra das opções para um pequeno-almoço. 

Iogurte com granola
Fotografia: Duarte Drago

No Curva há também uma pequena parte dedicada à venda de produtos nacionais como bolachas de vinho do Porto ou de cerveja, que são incluídas nos menus. “A ideia é que possam prová-los nos nossos pratos e, se gostarem, levarem-nos para casa”. As cerca de 50 plantas espalhadas pelo local são todas verdadeiras e para breve também encontrarão algumas plantas e potes à venda.

Entre livros, revistas, café, plantas e comida feita com amor, Daniel e Alex querem que no Curva “muita coisa possa acontecer”. Para que assim seja, basta ir passando e ir vendo as novidades a aparecer.

Rua Damasceno Monteiro, 108D (Intendente). 939 024 924. Qua-Sáb 10.00-20.00/ Dom 10.00-17.00.

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