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A dois passos do Príncipe Real, o Âmago estendeu-se a um bar de vinhos que vale por si

A três portas do Âmago, na esquina do mesmo prédio, os chefs Marta Caldeirão e André Coelho abriram um wine bar acolhedor, onde também é possível petiscar.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Amago A Cave
Rita Chantre | |
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O espaço é pequenino, mas ainda assim maior do que o Âmago, o restaurante que Marta Caldeirão e André Coelho abriram em 2020, em plena pandemia, e onde tudo acontece à volta de uma mesa com apenas dez lugares. Três portas separam os dois espaços, que se podem complementar, embora cada um seja independente. No Âmago a Cave, os vinhos chegam de pequenos produtores, tal como no restaurante, e podem ser acompanhados por petiscos simples. 

Amago A Cave
Rita ChantreMarta Caldeirão e André Coelho

“Isto começou com a ideia de que muitos dos nossos clientes chegam mais cedo, por volta das sete, sete e meia, e querem entrar e nós temos que dizer que não. Vamos fazer cinco anos do Âmago e sentimos que tínhamos uma grande lacuna”, começa por contar Marta Caldeirão, revelando que o plano inicial seria até procurar outra morada para o restaurante de fine dining, que em 2023 entrou para o Guia Michelin. “O nosso objectivo principal seria sair daqui e tentar arranjar uma coisa um bocadinho maior onde conseguíssemos ter uma espécie de lounge”, contextualiza. 

Abrir um wine bar não era também uma ideia nova, só travada pelos preços do mercado imobiliário. Até que a loja Les Filles, vizinha há muitos anos, acabou por fechar. “Elas decidiram sair e o espaço ficou disponível. Era o mesmo prédio, o mesmo senhorio, e começámos a ver que era giro fazer qualquer coisa com isto. E aí apareceu o nosso Âmago a Cave”, diz a chef. 

Amago A Cave
Rita Chantre

Na esquina do prédio, virado para a rua, são as garrafas de vinho que compõem o bar. Há quatro mesas baixas e um pequeno balcão improvisado à janela. “Queríamos uma coisa cozy, despretensiosa. É um bocado a nossa extensão”, explica. “O género de vinhos que temos no Âmago são os que temos aqui. Só trabalhamos com vinhos portugueses, pequenos produtores, mínima intervenção, sem sermos obviamente extremistas”, acrescenta Marta, contando que as garrafas disponíveis vão rodando com alguma frequência. 

Já para acompanhar, a dupla de chefs apostou numa carta simples e descomplicada, à medida do espaço, que não conta propriamente com uma cozinha. “Muitas pessoas vêm cá antes do jantar, beber um copo ou uma garrafa. Acontece mais do que propriamente jantarem aqui, mas queremos basicamente uma combinação das duas coisas.”

Amago A Cave
Rita Chantre

Na carta, brincou-se um bocadinho, aponta. “No Âmago, o nosso tipo de comida tem por base os produtos portugueses, sempre com twist asiático. Sempre foi uma coisa nossa e então decidimos também aqui mexer um bocadinho com isso. Começámos só com os queijos nacionais com compota e, entretanto, também decidimos fazer um take nas conservas de peixe.”

O prato de queijos foi pensado em dois tamanhos (8€/14€), para que mesmo quem chega sozinho possa pedir. Acompanha com pão e uma compota caseira, que vai variando – se apanhar de abóbora e cacau, não estranhe, porque casa muito bem com os exemplares servidos. Já nas conservas, Marta e André descobriram uma conserveira na Figueira da Foz que “tem umas sardinhas com molho teriyaki [8€] que são óptimas”. “Basicamente, só adicionamos um gel de citrinos e o katsuobushi [flocos secos de bonito, da família do atum].”

Amago A Cave
Rita Chantre

O arroz de sushi com ovo a baixa temperatura com furikake com presunto (9€) é uma das mais recentes novidades, assim como o cheesecake de yuzu (5€). “Decidimos fazer aqui também o nosso take, mas tudo muito simples até porque só temos uma pessoa aqui e nós também não nos conseguimos multiplicar”, afirma Marta, para quem o Âmago continua a ser o centro de todas as atenções. “Estamos a 100% no restaurante. Este espaço está independente. Nós fazemos a comida para aqui, fazemos a curadoria dos vinhos também, só que chega um ponto em que estamos ali.” 

Amago A Cave
Rita Chantre

A servir jantares de quarta-feira a domingo, com um menu de dez momentos (90€) numa mesa comunitária para dez pessoas, cinco anos depois, Marta diz que ainda é preciso quebrar alguns preconceitos sobre o Âmago. Há quem pense “que é só para grupos, que é uma espécie de experiência social bizarra para conhecer pessoas”. “Fazem um monstro de sete cabeças. Nós somos um restaurante”, clarifica. “Já nos ligaram a perguntar: ‘Eu tenho que falar com as outras pessoas?’ Não, não tem, mas acredito que vai acontecer. É natural. As pessoas estão sentadas durante três horas”, ri-se, feliz por hoje já contarem com uma “lista de clientes muito boa”, proveniente em grande parte do “passa-a-palavra”. “Está a correr muito bem. Não nos podemos queixar. Estamos sempre cheios. Já estamos em cruise control e por isso é que também decidimos arriscar aqui um bocadinho”, conclui. “O Âmago é só um restaurante como aqui é um wine bar.”

Travessa do Rosário 33A (Príncipe Real). Qua-Dom 17.00-23.30

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