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Não se sabe desde quando, mas está desaparecido o telemóvel de REALITY BLOCKER. A escultura do artista plástico Confeere, instalada desde Dezembro no túnel do viaduto de Entrecampos, na Avenida da República, e originalmente de olhos postos num telemóvel, alerta para o tempo que passamos mergulhados em equipamentos tecnológicos, ignorando o que se passa à nossa volta.
“Por enquanto não está só nas minhas mãos a reparação da obra. A partir do momento em que deixo as minhas obras na rua, elas deixam de ser só minhas e, como tudo na vida, estamos sempre sujeitos a mudanças”, explica Confeere, acrescentando que este estrago da sua obra de arte “é um bocado o reflexo da nossa sociedade”. Mas sem dramas, porque não se importa de “assumir que as peças vão-se alterando com o tempo e de assumir o contacto do ser humano com as peças”.
Construída com recurso a têxteis recicláveis, a escultura é também “um apelo à transição da comunidade têxtil para uma economia circular, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável e combatendo o problema dos resíduos”, explica a Underdogs Gallery, a impulsionadora desta iniciativa que integra o seu Programa de Arte Pública, em parceria com a Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa.
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