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O arranque está programado para o dia 25 de Setembro, com debates e festa, mas é no dia seguinte (e também a 27, 28 e 29 de Setembro, e 4 de Outubro) que o festival Uma Revolução Assim veste o seu verdadeiro formato: o de "um palco ambulante que se transforma em parlamento, estação de rádio, cinema ao ar livre, cozinha ou sala de jantar, que vai passar por várias áreas da Grande Lisboa".
Em constante montagem e desmontagem, como uma espécie de casa às costas, a iniciativa organizada pelo Goethe-Institut Portugal visa colocar a questão da habitação no centro do debate, sem esquecer que habitar implica um modo de viver muitas vezes colectivo e que, por isso, esta é também um oportunidade para avançar no diálogo sobre "o tipo de sociedade que queremos construir". Da programação fazem parte um ciclo de conversas à hora de almoço, debates, gravações de podcasts (em colaboração com a Rádio Antecâmara, a primeira do país sobre arquitectura, com base nos Anjos), bem como a estreia do vídeo-ensaio Uma Revolução Assim, sobre a questão da habitação em Portugal, realizado pelo artista Nuno Cera em colaboração com o arquitecto Tiago Mota Saraiva. Há lugar, ainda, para o programa Passa Cá em Casa (a 5 e 6 de Outubro, das 11.00 às 18.00), em que 12 performances acontecem em habitações privadas, num contributo para "o debate sobre a crise da habitação através do teatro, dança, música, entre outros géneros", pode ler-se no comunicado enviado à imprensa.
No palco ambulante, as Conversas à Mesa (entre as 12.00 e as 14.00) incluem a oferta de almoço "para quem se juntar e quiser debater ideias livremente" (mediante registo prévio). Já no Debate Aberto (das 14.30 às 17.30), a organização definiu 25 temas que serão discutidos por políticos, arquitectos, investigadores, activistas e jornalistas, desde "luta", "experimentação", "violência", "legislação", "contratos", "solidão", "amor" ou "democracia". Dos diferentes painéis farão parte os contributos das arquitectas Hannah Strothmann (Berlim), Océane Ragoucy (Paris) e Tatjana Schneider (Braunschweig), que exploram a arquitectura através de perspectivas sociais ou ecológicas; de Elena Schütz, do atelier Something Fantastic (Berlim); ou de Eléonore Labattut e Simon Deprez, fundadores da organização Études Territoriales Curieuses; ou de Pierre Crétois (Bordéus), professor de Filosofia Política da Universidade de Bordeaux-Montaigne, que se tem focado em temas como os direitos de propriedade, os seus limites e as suas contradições.
A nível nacional, entrarão nomes como Ana Jara, co-fundadora do atelier Artéria e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa; António Gori da associação Habita!; António Guerreiro, cronista no jornal Público, professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e editor da revista Electra; Helena Roseta, arquitecta com percurso político nas áreas da habitação, urbanismo e gestão autárquica; Pedro Levi Bismarck, editor do Jornal Punkto; ou representantes da Archeology of Utopia (Porto e Lisboa) e do Movimento Referendo pela Habitação (Lisboa).
O festival é uma iniciativa do Goethe-Institut Portugal, em colaboração com a Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest e o Institut Français du Portugal, com a curadoria de Julia Albani e a consultoria curatorial de Ana Jara, Nuno Cera e Tiago Mota Saraiva.
Vários locais (Grande Lisboa). 25 Set-6 Out. Grátis
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