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No fim-de-semana, voltamos ao horário de Inverno: na madrugada de domingo todos os relógios vão atrasar 60 minutos. Os dorminhocos vão ter mais uma hora para pôr o sono de beleza em dia, mas vamos ter menos horas de sol para aproveitar. É uma boa altura para começar a fazer maratonas caseiras de cinema ou televisão ou rever os melhores sítios para beber chocolate quente.
A mudança da hora acontece na madrugada de domingo, 27 de Outubro, às 02.00 (passa para a 01.00). Nos Açores, a mudança é à 01.00, com os relógios a passar para a meia-noite (00:00). Mas nada tema: há muitas coisas para fazer, apesar dos dias estarem mais curtos e frios.
Aplicada em plena Primeira Guerra Mundial, para economizar energia e combustível, a ideia de adiantar o relógio uma hora no Verão para aproveitar a luz natural remonta a 1784. O denominado Daylight Saving Time foi sugerido pela primeira vez por Benjamin Franklin, numa carta publicada no The Journal of Paris, em que defendeu a rentabilização da hora solar com recurso a cálculos sobre a quantidade de velas que seriam poupadas se todos fossem mais madrugadores.
Anos mais tarde, em 1905, o construtor britânico William Willet voltou a sugerir o adiantamento dos relógios, mas foi na Alemanha – e não em Inglaterra – que o horário de Verão foi adoptado pela primeira vez, a 30 de Abril de 1916. Portugal começou a respeitar a mudança de hora nesse mesmo ano, embora tenha interrompido a prática inúmeras vezes.
Este ano, a hora legal muda, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, a 27 de Outubro, marcando a mudança para o regime de Inverno, atrasando os relógios uma hora. Em 2020, as mudanças de hora vão ocorrer nos dias 29 de Março e 25 de Outubro. Mas a mudança de hora poderá vir a realizar-se pela última vez em 2021.
No final de Agosto de 2018, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, anunciou que a instituição iria propôr o fim da mudança de hora na União Europeia. Em Março deste ano, o Parlamento Europeu pronunciou-se, em Estrasburgo, a favor da proposta, mas vários ministros nacionais, incluindo o português António Costa, manifestaram interesse em manter o actual horário bi-anual, razão porque os eurodeputados optaram, em reunião, por atrasar as medidas, como é possível ler na decisão publicada online.
Segundo o parlamento, caberá a cada Estado-membro decidir se quer aplicar a hora de Verão ou a de Inverno, embora devam coordenar entre si a escolha das respectivas horas legais, para salvaguardar o bom funcionamento do mercado interno – a decisão terá de ser comunicada a Bruxelas até 1 de Abril de 2020. Mas, apesar de na Europa ainda se estar a debater e a analisar a situação, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro assinou, em Abril, um decreto lei que revoga este ritual: o horário de Verão, adoptado em 1931, deixou de existir e, pela primeira vez em 35 anos, não se adiantaram os relógios.