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A lista de compras de Carlota Joaquina faz agora parte do espólio do Palácio de Queluz

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
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Um manuscrito escrito pela própria rainha Carlota Joaquina em 1816 com um inventário de tudo o que esta queria para a família real portuguesa foi comprada em leilão pela Parques Sintra, que gere o património de Sintra, para o Palácio Nacional de Queluz. Não há ainda uma data para a exposição da peça.

Roupa, calçado, jóias e acessórios de moda. A prova de que a rainha Carlota Joaquina de Portugal, mulher do rei D. João VI, estava a par das tendências está neste manuscrito encadernado de 71 páginas.

Manuscrito Carlota Joaquina

Cortesia Sotheby's

“Trata-se de um raro documento que nos chegou em excelente estado de conservação e que nos que dá acesso às escolhas pessoais da rainha e das infantas”, escreve em comunicado Inês Ferro, directora do Palácio Nacional de Queluz, explicando que “1816 foi um ano marcante  para toda a família real, e em particular para o universo feminino”.

“D. Maria I morrera a 20 de Março desse ano e D. Carlota Joaquina era já rainha, apesar de a aclamação de D. João VI só se vir a verificar dois anos mais tarde. Por outro lado, para a grandeza desta encomenda, processada em Maio, terá também contribuído a circunstância de duas das infantas suas filhas estarem a poucos meses de partir para Espanha, onde em Setembro contrairiam matrimónio com dois tios maternos: D. Maria Isabel com rei de Espanha, Fernando VII, e D. Maria Francisca de Assis com D. Carlos Isidro.”

A lista de compras da rainha incluía jóias, roupas, artigos de lingerie, sapatos, leques, luvas, meias, cosméticos e acessórios. No manuscrito estão listados, por exemplo, 560 lenços de mão, sapatos de seda bordados, meias da melhor seda transparente, leques de vários tipos em marfim. A lista era dirigida aos principais estilistas, joalheiros e retalhistas de moda parisienses.

Manuscrito Carlota Joaquina

Cortesia Sotheby's

“Este documento, enquanto fonte de conhecimento para o estudo do vestuário e de todo o tipo de adereços, é também fundamental para ajudar a compreender a iconografia e os retratos régios que o palácio possui desta época, em que o “estilo império” marcava a moda então em voga”, acrescenta ainda a directora.

Esta lista de compras, que tem encadernação em couro marroquino vermelho com gravação a ouro e está marcada com as armas Reais de Espanha na capa e contracapa, foi comprada pela Parques Sintra através da leiloeira Sotheby’s e do antiquário S.J. Phillips. Estava até agora numa colecção privada inglesa.

Manuscrito Carlota Joaquina

Cortesia Sotheby's

“Estamos muitíssimo satisfeitos com o facto de este raro e importante manuscrito ter regressado a Portugal. A aquisição de inventário real, por parte da Parques de Sintra, é particularmente pertinente, dado que o Palácio Nacional de Queluz foi a principal residência da rainha Carlota Joaquina e é fantástico que o manuscrito possa agora ser visto como parte da história da família real naquele local e no Brasil”, reagiu também João Távora Magalhães, representante da Sotheby’s em Portugal.

Questionada pela Time Out Lisboa sobre quando é que esta peça vai ser expostas ao público, Susana Quaresma, do gabinete de comunicação da Parques Sintra, informou que não há ainda nenhuma data que se possa indicar. Os valores do negócio também não foram revelados.

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