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Marlene Vieira, chef com dois espaços em Lisboa, um no Time Out Market, outro no Tagus Park, ganhou esta segunda-feira o concurso da melhor patanisca de Lisboa, promovido pelo festival Peixe em Lisboa.
Nove tabuleiros distintos estão alinhados no auditório do 12.º Peixe em Lisboa, o maior festival gastronómico destinado ao peixe e marisco, até dia 14 de Abril no Pavilhão Carlos Lopes. Há travessas escuras, em loiça moderna, tabuleiros grandes alumínio, e pratos com as mais tradicionais folhas de papel recortadas. Todos têm pataniscas, de diferentes tamanhos, feitios e frituras, identificados apenas com números, de um a nove. Da prova cega, saíram três vencedores: Marlene Vieira, a participar pela primeira vez, em primeiro lugar; o restaurante Clara Jardim, perto do Campo Mártires da Pátria, em segundo; e a Varanda de Lisboa, no Hotel Mundial, na terceira posição.
Durante a prova, os jurados foram observando, provando e tocando nas pataniscas para avaliar “aspecto”, “sabor e consistência do interior”, “equilíbrio entre os ingredientes”, “ausência de gorduras excessivas” e o “sabor global”. “Estes concursos são muito úteis entre profissionais. As palavras que quero deixar aqui hoje vão ao encontro daquilo que desejo que seja a cozinha portuguesa. Da primeira edição deste concurso para esta, há uma diferença significativa para muito melhor. Se me pedissem, hoje, para indicar um restaurante para comer pataniscas, responderia que é mesmo difícil. Já há muito restaurantes com boas pataniscas”, disse Maria de Lourdes Modesto, que presidiu ao júri, composto por Virgílio Gomes, gastrónomo e criador do concurso, Bernardo Alves, da Ribeiralves, os chefs Pedro Sommer Ribeiro e Justa Nobre e Isabel Zibaia Rafael, do blogue Cinco Quartos de Laranja.
Marlene Vieira, a participar pela primeira vez na competição que vai na terceira edição, faz as suas pataniscas com óleo mas acredita que o que importa é a “mãozinha e sensibilidade de cada um”, até porque admite que a receita é simples mas não é fácil. A chef, natural da Maia, fá-las à boa moda lisboeta, como tem de ser, mas recordou, durante a prova, as receitas de família das iscas de bacalhau, fritas em azeite e feitas com a parte mais fina do bacalhau. “Estou cá há dez anos, sei bem como se fazem. Este concurso serve também para ver se estou no bom caminho”, dizia, antes de se saber que era a grande vencedora. A chef está presente também no food court do Peixe em Lisboa com alguns pratos best sellers no Time Out Market e outros novos, como a patanisca doce para a sobremesa.
A concurso estavam os restaurantes D’Bacalhau (vencedor em 2018), A Casa do Bacalhau (vencedor em 2017), o Sem Dúvida, a Taberna da Rua das Flores, a Casa da Comida e o Panorama do hotel Sheraton. Os três primeiros classificados têm entrada directa na competição no próximo ano.