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“A Morte Nunca Existiu”: Cinemateca dedica ciclo a José Mário Branco

Durante o mês de Abril, a Cinemateca Portuguesa apresenta um ciclo de cinema que assinala a passagem de José Mário Branco pelos filmes portugueses, como músico, mas também como actor.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
José Mário Branco
Fotografia: Arlindo CamachoJosé Mário Branco
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De 12 a 27 de Abril, a Cinemateca Portuguesa apresenta um ciclo de cinema sobre a ligação de José Mário Branco à sétima arte, como músico ou como actor, num total de 14 filmes de vários realizadores, de Paulo Rocha a António-Pedro Vasconcelos.

José Mário Branco (1942-2019) foi muitas coisas. Primeiro foi uma incontornável figura da cultura portuguesa, muito graças ao seu legado musical, cujas composições também encontraram outras vozes, como as de Camané, José Afonso, Carlos do Carmo ou Sérgio Godinho. E foi também uma figura de resistência ao antigo regime, uma alma inquieta que continuou a pôr o dedo na ferida, mesmo em democracia, através da arte – da música ao teatro (tendo feito parte da companhia de teatro A Comuna) e até ao cinema. E é o lado cinematográfico do multifacetado cantautor que a Cinemateca irá explorar durante o mês de Abril, com o ciclo José Mário Branco – A Morte Nunca Existiu.

Com este programa, a Cinemateca propõe "celebrar a passagem de José Mário Branco pelo cinema português, sendo certo que nem esse cinema nem mesmo este país seriam exatamente iguais sem essa passagem, e sem ele". Tal como os filmes Rio Douro (1998), uma obra “que sustenta na música e nas canções de José Mário Branco uma parte substancial da sua atmosfera ‘melo-dramática’ de grande filme musical popular”, ou A Raiz do Coração (2000), ambos realizados por Paulo Rocha e para os quais José Mário Branco compôs a banda sonora. O mesmo aconteceu, por exemplo, no filme A Portuguesa (2018), de Rita Azevedo Gomes, que também integra este programa composto por um total de 14 obras.

José Mário Branco participou ainda como actor em filmes de António Pedro Vasconcelos (Aqui d'El Rei, 1992) e de Jorge Silva Melo, com quem trabalhou em Ninguém Duas Vezes (1985), Agosto (1988), para os quais também compôs a banda sonora, e Coitado do Jorge (1993). Estas últimas obras serão exibidas numa outra retrospectiva dedicada a Jorge Silva Melo, planeada para Maio.

Cinemateca Portuguesa. Rua Barata Salgueiro 39. De 12 a 27 de Abril. Bilhete normal: 3,20€. www.cinemateca.pt

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