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O clube do Cais do Sodré tem nova gerência. E apesar da metamorfose levar o seu tempo, as mudanças já são visíveis, audíveis e dançáveis.
Durante algum tempo, João Fernandes, aka DJ Kamala, andou a fugir ao Cais do Sodré, refugiando-se em espaços como o Radio-Hotel e o Bosq, onde conseguiu criar um público fiel. Mas quando surgiu a possibilidade de tomar as rédeas do clube que Manuel Reis abriu em 2014, não quis deixar escapar a oportunidade e aceitou o desafio.
“Mantivemos o nome Rive-Rouge pelo respeito e carinho que tínhamos ao Manuel Reis, mas abrimos portas com uma estética musical mais abrangente, nova decoração e um público diferente”, explica João Fernandes. E para esta nova fase do Rive-Rouge, ele e o irmão Paulo quiseram criar um híbrido que possa numa noite funcionar como um clube com uma festa para 700 pessoas, no dia seguinte ser um gastro-bar pronto a receber uma centena delas e à tarde dar para beber um cocktail e picar algo na esplanada. “Queremos que as pessoas venham ter connosco diariamente com propósitos diferentes”, explica Kamala.
Um desses propósitos é a música. Kamala toca vários instrumentos. É empresário, RP e, principalmente DJ, mas recusa que o Rive-Rouge funcione colado à sua imagem. Conta por isso com uma programação ecléctica que fala para diferentes públicos. Às quintas (nem todas) há Pimenta Caseira, um projecto satélite dos HMB de música ao vivo que junta vários artistas com uma banda residente. As sextas são Maracatu, irmã mais nova do “Churrasquinho”, festas de música brasileira muito concorridas do Verão lisboeta. Ao sábado há Reunião, uma noite mais R&B e hip-hop. Para os domingos, Kamala anda a tentar trazer de volta a Missa, uma festa-matiné.
No último domingo, a pista do Rive-Rouge recebeu um novo formato de festa “Kitsch”, que contou com DJ Kamala e DJ Kura aos comandos na busca por uma nova estética musical, o “urban bass”, que liga o hip-hop à música electrónica, trazendo-os para as pistas de dança.
O truque é irem sempre buscar os melhores e andarem de olho em quem anda a fazer coisas com valor e que não tem um espaço para mostrá-lo – um conceito que não anda muito longe do que se faz no mercado, onde está “o melhor da cidade debaixo do mesmo tecto”.
Ainda sem programa para a passagem de ano? No dia 31 de Dezembro, o Rive-Rouge transforma-se em Cabaret Rouge, “uma experiência para todos os sentidos, com uma temática universal e burlesca adaptada aos nossos tempos, onde não faltará um Master of Ceremony”.
Praça D. Luís I. Quarta-Dom (nos dias com programação das 23.00 às 06.00, nos outros dias a partir das 19.00). O espaço funciona com lista de convidados, basta enviar uma mensagem através das redes sociais. Mais informações através do email rouge@rive-rouge.com.