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A Nova Zelândia vai triplicar o imposto turístico – eis porquê

O governo diz que é preciso mais financiamento para proteger o ambiente, mas o aumento foi criticado por entidades do sector do Turismo.

Liv Kelly
Escrito por
Liv Kelly
Contributing Writer
New Zealand - scenic sights
Photograph: Tourism New Zealand
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Se há coisa que dá boa fama à Nova Zelândia são as paisagens deslumbrantes. Quer esteja a caminhar, a andar de bicicleta ou a conduzir pelo país, há vistas de tirar o fôlego, dignas de fundo de ecrã, por todo o lado – afinal, estamos a falar do país mais bonito do mundo.

No entanto, a partir de 1 de Outubro, o destino planeia aumentar o seu imposto turístico para o triplo do valor actual – de 35 para 100 NZD (20€-56€). Tendo em conta que o número de visitantes após a pandemia permanece baixo (em Junho deste ano, os números rondavam os 84% dos registados no mesmo período em 2019), qual é a lógica por trás deste aumento?

Bem, a taxa será usada para impulsionar iniciativas de conservação e mitigar o impacto dos visitantes. Antes da pandemia, o turismo era a maior indústria de exportação da Nova Zelândia e, embora o maior atractivo do país seja o seu ambiente, o número elevado de visitantes leva a uma degradação significativa.

Não só as pessoas estão a danificar o ambiente que vêm visitar, como a degradação torna a Nova Zelândia menos resiliente a desastres, como inundações e incêndios florestais, que já são piores devido às alterações climáticas.

A Taxa Internacional de Conservação e Turismo para Visitantes foi introduzida em 2019 e é um valor fixo que deve ser pago por todas as pessoas que solicitem vistos de turista ou a Autoridade de Viagem Electrónica da Nova Zelândia. Australianos e pessoas de outras ilhas do Pacífico estão isentos.

O dinheiro tem sido usado para financiar projectos como a restauração de habitats e a erradicação de pragas, além de manter trilhos para ciclismo, mas o montante arrecadado – cerca de 80 milhões NZD (44,8 milhões de euros) – simplesmente não cobre o custo do trabalho que precisa ser feito.

Quando se compara esta taxa com a de destinos turísticos próximos, como Bali, é exorbitante (Bali cobra aos visitantes 9€), no entanto, há destinos ecologicamente sensíveis, como as Galápagos, que aumentaram a sua taxa de entrada para 184€ em Março.

Proteger o ambiente da Nova Zelândia é claramente uma prioridade, mas algumas entidades do sector do Turismo estão preocupadas com a ideia deste valor elevado poder afastar os visitantes. De acordo com a Euronews, a NZ Airports argumentou que este novo aumento de taxa será "prejudicial para a Economia", e a Tourism Industry Aotearoa (TIA) classificou-o como uma "barreira que torna a Nova Zelândia incrivelmente cara para visitar".

Além disso, o aumento será introduzido mais ou menos na mesma altura em que o custo do visto para a Nova Zelândia aumentará em 60%, o que significa que o custo total de entrar no país será de 280€.

Estamos fartos de sobre-turismo

Dos destinos que aumentaram os seus impostos turísticos aos que simplesmente querem que as pessoas fiquem longe, o sobre-turismo é um tema quente nos dias que correm. Recentemente investigámos se as cidades europeias alguma vez recuperarão dos seus impactos – vale a pena ler aqui.

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