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O austríaco D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II, trouxe para Portugal a tradição da árvore de Natal e agora o Palácio Nacional da Pena expõe uma reconstituição inédita do pinheirinho.
O “Pinheiro da Pena” vai estar em exposição no Salão Nobre do Palácio Nacional da Pena até ao próximo Dia de Reis, 6 de Janeiro, uma iniciativa inédita que inclui reproduções à escala da decoração e dos brinquedos da altura, feitas com materiais idênticos e seguindo técnicas de execução tradicionais.
Foi D. Fernando o responsável pela construção do Palácio Nacional da Pena, uma obra de arquitectura notável com vincadas influências da sua terra natal, inserida num grande parque verde, o Parque da Pena, também construído seguindo a vontade do monarca, que às espécies autóctones juntou exóticas vindas dos quatro cantos do globo. E foi também ele o responsável pela introdução da tradição do pinheiro decorado, durante a época que reinou junto de D. Maria II. O Natal no Palácio das Necessidades, em Lisboa, contava com um pinheiro oriundo do Parque da Pena e, para memória futura, este “rei-artista” deixou duas gravuras de sua autoria que testemunham o nascimento da tradição que começou na Europa, mas bem mais a leste de Portugal.
Nessas gravuras é possível ver o pinheiro decorado com velas e frutos, acompanhado de algumas figuras e brinquedos para os então sete pequenos príncipes e princesas também representados nas gravuras a admirar uma figura muito parecida a São Nicolau: D. Fernando disfarçado.
Mas a árvore de Natal de D. Fernando II não foi o único legado natalício do rei. O monarca foi também o autor do primeiro cartão de Boas Festas de que há registo em Portugal. Datado de 1839, tinha como destinatários os seus familiares, como a britânica Rainha Vitória, sua prima. As colecções reais britânicas contêm, pelo menos, duas provas deste cartão e no Palácio Nacional da Pena encontra um álbum de gravuras que conserva um exemplar.
A instalação resulta de uma investigação histórica e iconográfica e representou um investimento de cerca de 20 mil euros, estando integrada no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos interiores do Palácio Nacional da Pena: a reconstituição histórica dos ambientes domésticos que marcaram a vivência da Família Real.
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