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É a nova editora de Inês Coutinho aka Violet, fundadora da Rádio Quântica. A primeira festa conta actuações da própria, de BLEID e de Ciel.
Inês Coutinho tem bichos carpinteiros. Só que neste caso a expressão popular ganha conotação positiva, é coisa boa, é ser irrequieto sem ser chato, é contribuir para o desenvolvimento da cena electrónica underground lisboeta e portuguesa.
A DJ, produtora, fundadora da congregação artística e promotora Rádio Quântica – conhecida artisticamente por Violet – acaba de anunciar a primeira festa Naive, nome da editora que fundou no final de 2017. Quinta-feira, no Lux, somos todos ingénuos.
A ideia tem dois ou três anos, mas só há um ano, mais coisa menos coisa, é que Violet decidiu investir a sério neste projecto. E se é certo que a Quântica, não só enquanto plataforma de divulgação de opiniões e de música diversa, mas também enquanto curadora e promotora de festas, já faz, em parte, esse trabalho de editora, na Naive há uma preocupação estética bem maior: “A Quântica é um projecto mais comunitário, onde há espaço para toda a gente que faça e toque boa música e queira fazer parte de uma família com preocupações como a luta contra o racismo, a homofobia e o sexismo. Na Naive a ética é a mesma mas esteticamente é uma editora muito pessoal, que reflecte os meus gostos”, confirma Inês.
A primeira edição da Naive saiu em Setembro de 2017, em formato digital e num vinil 12’’. O próximo capítulo é Violet a meias com BLEID e chama-se Badness, nos mesmos formatos, a editar a 16 de Março. Esta parceria conclui um dos objectivos primordiais da Naive: “Lançar a minha música e também a música de artistas amigos que fazem música que ressoa emocionalmente comigo – preocupo-me também bastante com representação de género na editora, porque se queremos que as coisas mudem temos que contribuir para isso”, admite.
E BLEID , “uma artista com quem adoro fazer e discutir música, um dos grandes talentos emergentes da cena lisboeta que se vai estrear em formato DJ set na pista do Lux”, é uma das actuações da primeira festa Naive. A outra é, naturalmente, Violet. E, por fim, Ciel, uma canadiana com provas dadas: “É parte do colectivo techno feminista Discwoman e é uma das DJs mais importantes de Toronto. Acaba de lançar um dos discos do ano (segundo a Fact e a RA) na Peach Discs, a editora da Shanti Celeste. Os seus mixes são oníricos e frescos”, explica Violet.
E assim se vai fazendo o percurso de Inês Coutinho, sempre Naive. “O nome reflecte uma visão não racionalista/materialista da vida, mais baseada em intuição e emoções. Ser naive é também sermos a nossa criança interior”, afirma.