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A que é que sabe um gelado libanês? Prove na nova gelataria de Alfama

Com o marido, Zeina Merhi abriu a Ashtini. Mais do que gelados e especialidades libanesas, a Ashtini quer tornar os dias das pessoas mais felizes. Um cone de cada vez.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Ashtini
© Francisco Romão PereiraAshtini
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Em Alfama, nasceu uma pequena gelataria com raízes libanesas. Zeina Merhi nasceu no Líbano e mudou-se recentemente para Lisboa com o marido. Com ela, quis trazer um pouco de casa. Decidiu, na mala, trazer ashta, um gelado libanês, e a vontade de fazer os dias de quem passa por aqui mais felizes. Na Ashtini, os gelados servem-se à maneira libanesa, mas também vão buscar os sabores portugueses, como pastel de nata. 

“O que queríamos mesmo fazer não era vender gelados, queríamos fazer mais – criar uma marca com uma boa missão e visão”, começa por dizer Zeina, de 32 anos. Estudou jornalismo e trabalhou durante dez anos em comunicação e marketing, mas acabou por mudar o rumo da sua vida quando o marido partilhou com ela a vontade de trazer a cultura libanesa para Portugal, lugar que hoje chamam de casa.

Há cerca de um mês e meio que a Ashtini abriu portas, mas apenas durante quatro dias, já que Zeina e o marido, na altura namorado, deram, entretanto, um salto ao Porto para casar. Depois de voltarem, a gelataria reabriu com a missão reforçada. “Nós estamos muito orgulhosos de poder dizer que a nossa missão é fazer os dias das pessoas mais felizes, mas através dos gelados, porque os gelados fazem as pessoas felizes e era isso que queríamos.”

Zeina Merhi
© Francisco Romão PereiraZeina Merhi

Na Rua dos Remédios, o espaço também quer transmitir esta ideia. Ao entrar, destaca-se uma parede espelhada, decorada com cones de gelado e com um sinal luminoso a dizer “feels like a hug!”, slogan que percorre a comunicação da marca. “O meu melhor amigo dizia-me sempre nos meus dias maus para ir para casa e para comer algo que me fizesse sentir como se estivesse a receber um abraço e foi daí que surgiu o slogan, queríamos transmitir esta energia de que é algo que te vai fazer sentir bem”, explica. Até o mais pequeno detalhe foi pensado neste sentido, como é o caso da taça que está no balcão com vários papéis brancos lá dentro. Cada um tem uma frase inspiradora e as pessoas são convidadas a ver o que lhes calha. Para quem quiser ficar por aqui, há algumas mesas, tanto no interior como na rua.

Ashtini
© Francisco Romão Pereira

Enquanto Zeina está encarregue do marketing e da coordenação, o marido fica pela cozinha. Todos os dias, mais pela tarde, é aqui que o encontramos a preparar o ashta. Feito com água de rosas; salepo, uma espécie de farinha obtida das raízes desidratadas da orquídea; e mastika, um licor doce feito com almécega (goma-resina), estes ingredientes, tipicamente utilizados na cozinha libanesa e do Médio Oriente, distinguem o ashta de outros tipos de gelados, tanto na textura como no sabor. Pode ser comido sem toppings, mas Zeina recomenda comê-lo com pistáchio, mel e algodão doce levantino por cima.

Tanto a proprietária como Tatiana, atrás do balcão da Ashtini, notam a resposta positiva dos clientes, que geralmente experimentam aqui ashta pela primeira vez. “As pessoas gostam só com pistáchio, ou então só com mel. Outras voltam e só querem o gelado sem toppings”, diz Zeina.

Ashtini
© Francisco Romão Pereira

O gelado, servido em copo (4,60€/pequeno; 6,50€/médio; 7,40€/grande) ou em cone (2,60€/uma bola; 3,90€/duas bolas; 5,10€/três bolas), também existe noutros sabores, como chocolate, baunilha, pistáchio, caramelo salgado, café, manga, limão e morango. Contudo, um dos que tem mais saída é mesmo o de pastel de nata, uma preferência tanto de turistas como de locais. De toppings, há ainda sprinkles, pepitas de chocolate, marshmallow, doce de leite e chocolate. Outras especialidades libanesas como o knefe, sobremesa feita com queijo, água de rosas e açúcar, é servida com ashta (8,20€), e a bebida sahlab com canela (4,50€), também entram no menu com a vontade de “trazer para Portugal um pedaço da nossa herança e identidade.”

Numa zona como Alfama, que costuma atrair muitos turistas, a proprietária também tem reparado, especialmente nas últimas semanas, um maior interesse por parte dos locais. “Vemos cada vez mais portugueses a vir e a perguntar acerca do nosso produto. Na verdade, o nosso público-alvo não são os turistas, são os portugueses porque sentimos que queremos dar de volta, tanto no produto que oferecemos, como em termos de ambiente.”

Ashta com pistáchio e mel
© Francisco Romão PereiraAshta com pistáchio e mel

E Zeina não se fica pelos gelados. Umas portas abaixo, há um outro espaço prestes a abrir e que, espera, será ponto de encontro de artistas emergentes. Por agora, ainda só opera como pop-up de tatuagens, entre as 10.00 e as 16.00, mas o objectivo é que acolha projectos artísticos e que tenha também o que comer e beber. “Este espaço será aberto a qualquer artista. Mesmo que um instrutor de yoga queira vir fazer aulas para quatro ou cinco pessoas é mais do que bem-vindo”. O conceito ainda está por desenvolver e também falta um nome, mas segundo a proprietária talvez daqui a um mês ou dois o espaço já esteja a funcionar.

Ashtini
© Francisco Romão Pereira

 

Rua dos Remédios 37. 21 886 2508. Ter-Dom 11.00-20.00

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