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A Netflix acaba de anunciar dez novos episódios sobre a série que ganhou eco na opinião pública.
Foi há três anos que Making a Murder, sobre Steven Avery, actualmente a cumprir pena pelo homicídio da fotógrafa Teresa Albach em 2005, nos pôs a todos a questionar a justiça norte-americana. A série documental obrigou até o Presidente Barack Obama a pronunciar-se sobre o assunto, depois de vários pedidos de repetição do julgamento e petições dirigidas à Casa Branca. Como se suspeitava, as condenações foram apenas o início desta história. A 19 de Outubro chegam à Netflix dez novos episódios.
“A Parte 1 documentou a experiência dos acusados, a Parte 2 narra a experiência da condenação e aprisionamento, dois homens que cumprem penas perpétuas por crimes de que dizem ser inocentes. Estamos muito entusiasmadas por partilhar esta nova fase da história com os espectadores”, escrevem as realizadoras Laura Ricciardi e Moira Demos na nota que anuncia o regresso da série.
Quando falam dos dois homens, Ricciardi e Demos referem-se também a Brendan Dassey, sobrinho de Avery que confessou ter participado na violação e homicídio de Albach – uma história com muitas pontas soltas como se descobriu na série.
A Parte 2 apresenta aos espectadores Kathleen Zellner, advogada de Avery, e a sua luta por provar que o seu constituinte foi injustamente condenado. O objectivo é só um: conseguir a liberdade de Avery.
Para percebermos os caminhos da justiça, as realizadoras não só recuam no tempo através dos testemunhos dos envolvidos como vão acompanhar Zellner, a advogada que mais casos de condenações injustas ganhou na América, à medida que trabalha incansavelmente no caso. Zellner descobre pistas sobre o que poderá ter acontecido a Teresa Halbach e a eventual razão que pode ter levado o juiz à condenação de Steven Avery de homicídio.
Vale a pena recordar que Teresa Albach foi dada como desaparecida e encontrada morta no terreno dos Avery. A tese do documentário fundamenta-se num diferendo da família Avery, isolada e de parcos recursos financeiros, com as autoridades policiais locais. O que acabaria por inquinar a investigação.
“As famílias, os advogados e as equipas de investigação de Steven e Brendan concederam-nos acesso, uma vez mais, dando-nos assim a oportunidade de dar a conhecer a complexa rede da justiça criminal americana”, lê-se ainda na nota de Ricciardi e Demos.
A segunda parte de Making a Murder acompanha ainda os advogados de Dassey, Laura Nirider e Steven Drizin, no Centro de Wrongful Convictions of Youth da Universidade de Northwestern, que lutam no tribunal federal para provar que a confissão de Brendan foi involuntária – uma luta que poderá levar o caso até ao Supremo Tribunal Americano.