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Quando, em 1981, Harrison Ford interpretou a personagem de Indiana Jones em Os Salteadores da Arca Perdida, já sabia que estava previsto que o filme tivesse quatro continuações, tal como o realizador Steven Spielberg e o seu co-produtor e co-argumentista George Lucas tinham então negociado com os estúdios Paramount. O que Ford nunca imaginou foi que Indiana Jones e o Marcador do Destino, o quinto e último filme da saga, demoraria tanto a ser feito, e que teria já 80 anos quando da derradeira aventura do arqueólogo do chicote (a quarta fita da série, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, estreou-se há 15 anos, em 2008, após passar em antestreia mundial no Festival de Cannes – tal como esta quinta e final).
Para se preparar para a sua interpretação de despedida de Indiana Jones, Ford fez, durante alguns meses, várias dezenas de quilómetros de bicicleta todos os dias, bem como longas caminhadas, já que mesmo recorrendo a “duplos” e trucagens digitais, o papel de Indy é sempre fisicamente muito exigente. Ao mesmo tempo, a produção do filme afastou rumores de que Harrison Ford teria declinado ser Indiana Jones por uma quinta e derradeira vez, e que nem Bradley Cooper nem Chris Pratt o iriam personificar no seu lugar. Ford disse publicamente: “Quando ele [Indy] se for embora, eu vou também. É tão simples como isto”.
Steven Spielberg e George Lucas é que não voltam a esta lendária e ultra-lucrativa saga. Escrito por Jez Butterworth, John-Henry Butterworth e David Koepp, Indiana Jones e o Marcador do Destino é o único filme dos cinco que não foi realizado por Spielberg, que por estar envolvido em vários outros projectos decidiu ceder o lugar a James Mangold, ficando a produção a cargo de Frank Marshall (que está na série desde o início), Kathleen Kennedy e Simon Emanuel. O realizador de Tubarão e o seu velho amigo George Lucas aparecerão apenas como produtores executivos do filme e criadores da personagem.
O enredo de Indiana Jones e o Marcador do Destino passa-se em 1969 e tem como pano de fundo a corrida ao espaço e a rivalidade entre os EUA e a União Soviética para chegar primeiro à Lua, envolvendo cientistas alemães da NASA que trabalharam para os nazis durante a II Guerra Mundial, alguns dos quais mantêm a fidelidade a esta ideologia. George Lucas disse numa entrevista que, tal como todos os filmes anteriores da série, a história deste assenta num “dispositivo sobrenatural” (o “marcador do destino” do título), mas que está “ancorado na realidade” e tem “um apoio arqueológico e histórico secundário”, para dar a necessária verosimilhança à narrativa.
A fita foi rodada no Reino Unido, em Itália e Marrocos, entre outros países, com um orçamento colossal: 300 milhões de dólares, o mais volumoso de toda a saga. Acompanhando Harrison Ford no elenco, estão John Rhys-Davies – que interpreta Sallah, o velho amigo e ajudante árabe de Indy pela terceira vez –, Phoebe Waller-Jones (Fleabag) na figura de Helen Shaw, a destravada afilhada do herói (que lança a história e arrasta o padrinho consigo para esta quinta aventura), Mads Mikkelsen (no papel do vilão, o cientista Jürgen Voller), Antonio Banderas, Toby Jones e Thomas Kretschmann. Indiana Jones e o Marcador do Destino chega aos cinemas portugueses no dia 29 de Junho, prometendo uma despedida em grande do mais famoso e destemido arqueólogo da história do cinema.
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