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Era uma vez uma torre de 60 metros de altura, cujo projecto foi abaixo. Poderia começar assim a história da renovação dos terrenos onde, no século passado, funcionou uma fábrica de cerveja de 15 mil metros quadrados, junto à Avenida Almirante Reis. Ao lado, em 1925, haveria de nascer a Cervejaria Portugália, que recentemente voltou à história de Lisboa de cara renovada. Décadas depois, a fábrica encerrou, ficando os edifícios ao abandono (uma parte foi rapidamente demolida). Entre imbróglios e litígios, o chamado "quarteirão da Portugália", propriedade privada, tornou-se um vazio na cidade, cobiçado por investidores.
Depois de, em 2020, o polémico projecto da torre de 60 metros (que passaram a 49), chamado Portugália Plaza, ter sido chumbado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), no ano seguinte a autarquia aprovou o pedido de informação prévia (PIP) para a requalificação do quarteirão, que incluía um hotel, apartamentos turísticos, habitação acessível, comércio e serviços. Na nova proposta, os prédios passaram a ter um máximo de oito pisos acima do solo (e uma altura máxima próxima dos 23 metros), garantindo-se uma redução substancial do impacto visual relativamente ao projecto anterior.
De acordo com o PIP, estão previstas obras de alteração, ampliação e construção, “salvaguardando e valorizando o património cultural edificado preexistente, bem como o património cultural imaterial através do restabelecimento de produção de cerveja na antiga fábrica da Cervejaria Portugália”. O projecto não prevê espaços verdes e de utilização colectiva.
Em Julho deste ano, o director de marketing, comunicação e corporate da Cervejaria Portugália, José Maria Jorge, falava à Time Out sobre a reabertura do espaço após as obras de renovação, sublinhando o distanciamento da empresa em relação aos terrenos vizinhos. “Temos ouvido falar muito no que vai, ou não, acontecer ao chamado quarteirão da Portugália, mas o projecto anunciado não tem nada a ver connosco”, afirmou.
Entretanto, começaram as obras na ala sul, coordenadas pela empresa de engenharia Ficope, que a Time Out contactou com o fim de apurar pormenores como datas de execução. Contudo, os responsáveis não adiantaram qualquer informação.
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