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Apesar de muitas das nossas liberdades adquiridas, das quais gozamos como se fossem uma extensão do nosso corpo, estarem suspensas devido aos constrangimentos pandémicos, Abril é mês de celebrar essa conquista. A EGEAC, em mais um programa Abril em Lisboa, volta a fazer mexer a cidade com música de intervenção, sessões de leitura, passeios guiados digitais, teatro online e ainda o habitual Festival Política.
Sob o mote “Coragem hoje, abraços amanhã”, o programa arranca com alguns itinerários digitais guiados pelo geógrafo Aquilino Machado, que nos leva num passeio pela vida cultural e boémica da Avenida Almirante Reis e algumas das ruas anexas. “Os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis: uma memória emocional de resistência ao Estado Novo” é uma iniciativa que decorre aos sábados e domingos (10, 11, 17, 18, 24 e 25 de Abril) às 17.00 e também nos dias 12 e 13 de Abril, segunda e terça, à mesma hora, tudo com transmissão nas redes da EGEAC.
Também aos sábados, além da transmissão do passeio, haverá meia hora mais tarde tertúlias online sobre os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis, a sua paisagem literária e ainda os lugares de resistência ao Estado Novo
De volta estão os Ecotemporâneos, que já não são novidade – este projecto realizado em parceria com a bienal BoCA quer promover a ocupação de espaços verdes de Lisboa, a sua acessibilidade e fruição, através da criação de uma comunidade de leitura inclusiva. Durante o Abril em Lisboa, será no Palácio Pimenta que se instala a comunidade de leitura com duas sessões, uma no dia 10 e outra a 17 de Abril. A primeira está nas mãos do activista e dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba, enquanto que a de dia 17 será entregue à actriz Beatriz Batarda. As sessões têm transmissão nas redes sociais da EGEAC, a partir do jardim do Museu de Lisboa, e terão versão interpretada em Língua Gestual Portuguesa.
Entre 16 e 21 de Abril será apresentada a peça Amores na Clandestinidade, uma estreia online que decorre ao longo de cinco dias às 19.00. Esta é uma criação de André Amálio e Tereza Havlíčková que explora as relações afectivas e familiares na luta anti-fascista, concebida especialmente para o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade.
O Museu do Aljube não pode, de facto, ficar de fora destas celebrações e celebra a efeméride com a exposição “8998 Pomar”, com trabalhos de Júlio Pomar (a partir de dia 8 de Abril até final de Junho). Mas há mais: no dia 22 recebe uma conversa com Margarida Tengarrinha sobre o seu livro “Memórias de uma Falsificadora”, tendo depois uma peça de teatro baseada na obra (dias 26, 27, 28 e 30).
No dia 24 haverá um peddy paper com o tema “Pelos Caminhos da Liberdade”, uma visita orientada à exposição permanente do museu (dias 24 e 25) e um concerto intimista com o músico Rogério Charraz e o compositor João Monge a partir do álbum “Cantigas do Maio” de José Afonso (dia 25).
A EGEAC transformou ainda a peça Elas também estiveram lá, uma criação do Teatro do Vestido encenada por Joana Craveiro, num objecto-fílmico especial que agora é apresentado online entre os dias 15 e 22, entre as 21.30 e as 00.30. A peça foi originalmente concebida para a Sala da Rank Filmes do Cinema São Jorge, e retrata um cenário de memórias de um conjunto de mulheres que foram ignoradas no período pré e pós-revolucionário.
De 22 a 25 de Abril está de volta o Festival Política que este ano se dedica ao tema Fronteiras. Volta a ocupar o Cinema São Jorge com uma programação híbrida, presencial e virtual, e com cinema, conversas, debates e performances.
E não se celebra Abril sem um cheirinho dos sons da revolução. No dia 24 de Abril, a partir do Capitólio, o icónico Manuel João Vieira, acompanhado de músicos convidados, conduz um concerto especial com fados revolucionários e canções de intervenção. Nostalgia e Utopia será transmitido em streaming nas redes sociais da CML e da EGEAC, às 21.30.
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