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Adeus, dinheiro do petróleo: a Gulbenkian está a ficar mais verde

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
gulbenkian
©João Pimentel Ferreira/Gulbenkian
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A Fundação Calouste Gulbenkian está a desinvestir nas empresas que se dedicam à exploração de combustíveis fósseis. Esta segunda-feira, a instituição vendeu a petrolífera Partex por cerca de 555 milhões de euros.

A intenção em vender as suas participações históricas no negócio dos petróleos foi anunciada em Fevereiro do ano passado. A instituição justificou a opção com “uma nova matriz energética e os seus objectivos em prol da sustentabilidade”. Após vários meses de negociações, a presidente da fundação, Isabel Mota, assinou esta segunda-feira um acordo de venda com a PTT Exploration and Production (PTTEP), uma empresa pública tailandesa de exploração e produção de petróleo, por 554,6 milhões de euros.

Além de ter participado em projectos de desenvolvimento da indústria petrolífera no Médio Oriente, a Partex, criada em 1939 por Calouste Gulbenkian, detém participações minoritárias em projectos de gás em Abu Dhabi e Omã, posições no campo petrolífero de Dunga, no Cazaquistão, no bloco 17/06 em Angola e nas bacias de Potiguar e Sergipe-Alagoas, no Brasil.

A decisão de alienar os investimentos nos combustíveis fósseis, seguindo o movimento internacional, ao qual se juntou recentemente o governo norueguês, foi tomada o ano passado. “A Fundação Calouste Gulbenkian tem vindo a equacionar a alienação dos investimentos nos combustíveis fósseis (que representam cerca de 18% dos activos em 2017), tendo em conta uma nova matriz energética e os seus objectivos em prol da sustentabilidade, na linha do movimento internacional seguido por outras fundações”, escreveu em comunicado. Mas as negociações com a CEFC China Energy, com sede em Xangai, não se concretizaram. Depois de em Março de 2018 começarem a ser veiculadas informações de que o presidente da CEFC Ye Jianming teria sido detido, a fundação pôs termo ao processo.

O acordo agora feito com a PTTEP seguirá o habitual processo de autorizações, que deverá estar concluído até ao final do ano. Esta transacção marca uma reconfiguração da base de activos da fundação que é investido com o objectivo principal de obter um rendimento atractivo a longo prazo”, declara em comunicado Isabel Mota, que elegeu a acção social como uma das prioridades para o seu mandato. “A recomposição reforçará a diversidade dos seus investimentos e impacto social, em linha com a natureza filantrópica das suas actividades.

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