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A Agência Espacial Europeia (ESA), da qual Portugal faz parte, anunciou recentemente uma nova campanha para recrutar astronautas. O período de candidaturas estará aberto de 31 de Março a 28 de Maio e o objectivo é contratar entre quatro a seis pessoas para integrar a equipa permanente.
“Pela primeira vez em mais de uma década, a ESA está à procura de novos astronautas europeus para se juntarem à maior aventura da humanidade, uma viagem de descoberta para benefício do nosso planeta”, lê-se no anúncio da ESA, que já lançou um site para potenciais candidatos, onde é possível consultar mais informações sobre os requisitos de selecção e a própria actividade da agência.
A organização intergovernamental foi criada em 1975 para moldar o desenvolvimento da capacidade espacial da Europa e garantir que o investimento no espaço traz benefícios aos cidadãos do mundo inteiro. Mas, desde 1978 até agora, só se realizaram três processos de recrutamento, o último dos quais em 2008.
O processo de selecção, que ficará concluído apenas em Outubro de 2022, terá seis etapas, iniciando-se com uma primeira triagem com base nos documentos enviados e num questionário, que deverá ser preenchido durante a candidatura. Nas fases seguintes, haverá testes cognitivos, técnicos, de coordenação motora e de personalidade; testes práticos, de psicometria ou de exercícios individuais e de grupo; selecção médica; e entrevistas, para testar competências técnicas e comportamentais.
Além de serem oriundos de um dos Estados-membros da organização ou de um país associado, os candidatos devem ter um mestrado ou nível mais elevado em engenharia, matemática, medicina, ciências naturais ou ciências computacionais, bem como três anos de experiência profissional em pós-graduação relevante. Pede-se ainda que sejam fluentes em inglês e numa segunda língua. Mas há mais requisitos a ter em conta, como capacidade para lidar com horários de trabalhos irregulares e flexibilidade em relação ao local de trabalho.
No futuro, espera-se que os novos astronautas, incluindo os que vão ser seleccionados para ficar em reserva, participem em missões à superfície da Lua e à Gateway, uma estação que se pretende colocar em órbita da Lua para funcionar como base de apoio de robôs e astronautas na exploração do nosso satélite natural.
O primeiro ou primeira parastronauta
Este ano, além da recruta de novos membros para integrar o seu corpo de astronautas, a ESA está a abrir uma vaga no âmbito do estudo de viabilidade do “parastronauta”, para seleccionar um astronauta com um certo grau de deficiência física, que no futuro também deverá ser capaz de integrar missões espaciais.
Para o projecto-piloto, que permitirá seguir uma carreira de astronauta “a uma parte da sociedade que foi até agora excluída do voo espacial”, a ESA garante estar preparada para investir nas adaptações necessárias ao nível de equipamento especial para que essas pessoas possam viajar para o espaço e fazer parte de uma missão espacial.
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