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O segundo mandato de Aida Tavares termina em Janeiro, mas a directora artística do São Luiz antecipou-se e decidiu comunicar o seu desejo de sair do teatro municipal “há uma, duas semanas sensivelmente” à EGEAC, entidade que gere os equipamentos culturais de Lisboa.
“Foi uma decisão ponderada ao longo dos últimos meses. É um ciclo que se fecha para mim neste momento. Há uma nova administração na EGEAC e na Câmara, eu já fiz o meu caminho”, diz à Time Out esta quarta-feira.
Há 20 anos no São Luiz, os últimos oito na direcção artística, Aida Tavares chegou ao teatro em 2002 pela mão de Jorge Salaviza. Tornou-se directora artística em 2015, depois da saída de José Luís Ferreira, uma nomeação directa para o cargo que gerou polémica uma vez que, anos antes, a Câmara Municipal de Lisboa anunciara que o cargo para a direcção artística deste teatro municipal (assim como o Teatro Maria Matos, na época) seria encontrado através de concurso público. Em 2018, Aida Tavares foi reconduzida no cargo.
Questionada pela Time Out, Aida Tavares diz que não tem o futuro definido. “Estou completamente livre para propostas, não tenho nenhuma proposta concreta de facto”, atesta. Por enquanto, disponibilizou-se para ficar em exercício de funções até ao final da temporada. “Naturalmente o cenário é o final de Julho, mas pode acontecer alguma coisa antes, haver uma sucessão antes disso e aí sairei naturalmente.”
Para já, não se sabe sobre como será encontrado o sucessor de Aida Tavares e se o processo passará por um concurso público ou por uma nomeação directa. Pedro Moreira, presidente da EGEAC, diz à Time Out que “o processo está a decorrer” com o vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, Diogo Moura, e que considerarão “o histórico do passado”.
Mais mudanças na EGEAC
Pedro Moreira, que trocou o Museu do Tesouro Real para assumir a presidência da EGEAC em Agosto, adiantou esta quarta-feira ao Público que há mais mudanças nos equipamentos culturais sob a alçada da empresa municipal, nomeadamente a saída de Tobi Maier, que estava à frente das Galerias Municipais.
À Time Out, Moreira frisa que, por enquanto, “não se perspectivam mais alterações excepto se algum dos dirigentes venha solicitar”, mas que lembra que vários dirigentes de equipamentos tutelados pela EGEAC estão a terminar as suas comissões de serviço no “final do ano, início do próximo”, e que todos os casos estão a ser “ponderados um a um”. É o caso do Teatro do Bairro Alto, onde está Francisco Frazão, ou do Museu do Aljube, dirigido por Rita Rato.
Sobre o caso de Tobi Maier, o presidente da EGEAC diz que “é uma situação distinta”. “Tobi Maier não é do quadro da empresa. Como tal terminava agora no final do ano o seu contrato da comissão de serviço para o efeito. Tivemos de ponderar face às contingências e constrangimentos que todos nós vamos sentir, porque é público o que está a acontecer com o cenário macro-económico. Vamos tentar rentabilizar os poucos recursos que temos, e que são bons, então tomámos a opção de não renovar”, explica.
A estratégia de futuro da nova administração da EGEAC deverá passar por valorizar “bastante a questão do capital humano da empresa”.
Entre os equipamentos culturais da cidade que estão sob a tutela da EGEAC estão o Teatro São Luiz, o Castelo de São Jorge, o Padrão dos Descobrimentos, o Atelier-Museu Júlio Pomar, a Casa Fernando Pessoa, as Galerias Municipais, o Museu do Aljube Resistência e Liberdade, o Museu Bordalo Pinheiro, o Museu do Fado, o Museu de Lisboa, o Museu da Marioneta, o Cinema São Jorge, o LU.CA – Teatro Luís de Camões, o Teatro do Bairro Alto e o Centro de Estudos de História e da Leitura.
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