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A quinta temporada de Vikings chega neste domingo à televisão, com Albano Jerónimo no elenco. Falámos com o actor português sobre a sua participação na série.
A série Vikings é muitas vezes comparada a fenómenos como A Guerra dos Tronos pelas suas cenas épicas de batalha e muito sangue. O actor chega numa altura em que a história segue um novo rumo com uma mudança de protagonistas.
Já vias a série?
Já tinha visto dois ou três episódios.
Chegaste a Vikings através do programa Passaporte. Estavas à espera de entrar?
Eu já tinha trabalhado internacionalmente, mas não estava à espera e acredito que nunca se está. De facto, isto chegou até mim através da iniciativa Passaporte, da Academia Portuguesa de Cinema. É uma montra nova, uma apresentação dos nossos actores. São conversas que podem surtir efeito. Foi o meu caso. Frank Moiselle, director de casting dos Vikings, ligou-me a perguntar o que fazia em Setembro de 2016. Estava livre. Fiz o casting uma semana e meia depois e logo a seguir estava a ir para a Irlanda.
Quem é o teu personagem?
Euphemius é o nome dele. É um político grego que surge nesta história dos vikings como alguém que está a mapear o percurso deste povo incrível. Eles foram únicos nesta exploração, nomeadamente no Norte de África. É um encontro que se passa em Marrocos e Egipto.
Sentes alguma pressão por entrar numa série já com uma legião de fãs?
Não. Sinto, sim, uma enorme liberdade. É um prazer fazer parte desta quinta temporada de uma série que tem uma legião de fãs brutal e que está em variadíssimos mercados – tão importantes como o norte-americano ou a América do Sul. Quero que o meu trabalho consiga ter impacto nesses outros mercados.
Como é que vês esta entrada de portugueses em séries de destaque?
Este talento sempre existiu. Já trabalhei com uma série de realizadores internacionais e sempre foi pelo meu trabalho. Acredito que isto seja um reflexo da popularidade do país, mas acredito que seja o nosso trabalho a suscitar a curiosidade principal.
E isto acontece numa altura em que a TV é encarada de uma forma diferente.
Sim, sobretudo lá fora. Uma das coisas que, para mim, difere do nosso mercado é a forma como eles encaram a televisão. Lá fora, se um produto funciona, investe-se ainda mais porque só assim melhoramos a nossa qualidade. Em Portugal é o oposto. Se temos um objecto material que funciona, que é economicamente rentável, vamos então tentar fazê-lo cada vez melhor com menos. Isto são mentalidades que têm impacto no resultado final.
O que te surpreendeu mais em Vikings?
A realidade monetária e económica dos departamentos criativos. Um figurino que pesa quase 15 quilos, uma maquilhagem com cicatrizes e tatuagens... No final, olhas-te ao espelho e 70% do teu trabalho está feito. Tens uma direcção de arte absolutamente fortíssima, entras num décor absolutamente sugestivo, de outra época, tens uma capacidade técnica cinematográfica com lentes e câmaras topo de gama. Ou seja, tens toda uma logística oleada e virada para um resultado melhor e isto faz a diferença. Isto liberta-me na minha arte.
Não te custa depois voltar à realidade portuguesa?
Esta é uma perspectiva, sem dúvida, mas ao mesmo tempo sou um optimista céptico. Gosto de ter estas experiências para voltar ao sítio de onde sou. Esta é a minha realidade. Se me custa? Se calhar às vezes gostava de ter outras condições, mas não me custa, até venho com todo o prazer.
Achas que Vikings te pode trazer mais trabalho?
Obviamente, é uma montra. Acredito que, se isto não me tornar uma pessoa mais interessante no mercado de trabalho, torna-me, pelo menos, mais interessado por aquilo que faço.
Achas que vais levar o teu público das novelas para a série?
Espero que, como em tudo o que faço, isto sirva para estimular, para fomentar o diálogo e a dúvida. Espero que provoque as pessoas e que suscite algum interesse. Nem que seja: “Não quero ver mais isto.” Mas pelo menos as pessoas foram lá. Só o simples facto de irem lá, já funcionou.
TvSéries. Dom 22.00 (Estreia T5)
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