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Foi esta terça-feira lançada a primeira pedra do futuro ReMuseu, um projecto pensado antes de Lisboa ser Capital Verde Europeia, mas que encaixa que nem uma luva neste arranque de década na cidade.
É um dos raros museus com prazo de validade em Lisboa. Quem o diz é Pedro Nazareth, presidente da Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, uma das entidades responsáveis pela concepção do ReMuseu, um espaço temporário expositivo que ficará localizado no parque de estacionamento subterrâneo da Doca de Santo, mesmo por baixo da Ponte 25 de Abril.
A ideia nasceu antes de Lisboa ser distinguida como Capital Verde da Europa. O desafio foi lançado pelo Newsmuseum, em Sintra, à Electrão, e mais tarde juntaram-se à equipa a Câmara Municipal de Lisboa e a Empark, concessionária do parque que vai receber este espaço que quer ser mais do que um museu. A definição mais apropriada (e mais longa) será “um centro de conhecimento e experiências para a informação e sensibilização para a gestão dos resíduos, a economia circular e o ambiente”, com o mote “Repensar, Reutilizar, Reciclar”.
Tendo em conta que um em três portugueses não recicla (ou fá-lo indevidamente), Pedro Nazareth considera que há ainda um longo caminho a percorrer. Um caminho onde terá lugar o ReMuseu, um espaço temporário com “princípio, meio e fim”, reciclado e reciclável. É que assim que ficar por terminada a missão em Alcântara, um ano depois, os conteúdos serão encaminhados para um futuro centro interpretativo da Electrão.
A inauguração está marcada para 17 de Maio (um domingo) e a partir desse dia poderá ficar a conhecer “um espaço que conta uma história comum, um centro vivo” que porá a nu todo o processo de tratamento de resíduos e reciclagem. “Havendo vontade quase tudo pode ter uma segunda vida. Até mesmo um museu”, diz Pedro Nazareth na apresentação oficial, esperando que o ReMuseu ajude a promover uma mudança de comportamentos de pessoas e de instituições ao longo de “sete salas de aula diferentes” interactivas, que vão quebrar tabus e mitos sobre a reciclagem (e não só) com recurso a imagens, vídeo e objectos que irão conferir mais realismo à mensagem.
Luís Paixão Martins, presidente da Associação Acta Diurna (promotora do NewsMuseum), defendeu que o próprio museu é um exemplo da economia circular, pensado “para nos confrontar com a realidade e as nossas acções de todos os dias”. Fernando Medina, também presente, saudou a iniciativa, sublinhando que é necessário “reforçar a emergência da acção climática”, tendo em conta os “indiferentes” aos dados da ciência e a necessidade de reforçar os “caminhos práticos às pessoas que estão mobilizadas”.
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