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Na segunda sessão do processo de participação pública onde se debate o futuro da ciclovia na Almirante Reis, que decorreu esta quarta-feira no Fórum Lisboa, o arquitecto paisagista João Rocha e Castro, assessor de Carlos Moedas, apresentou uma nova proposta para mais uma ciclovia pop-up, a terceira desde 2020. Ou seja, estão novas alterações a caminho, mas são provisórias. Já estará também a caminho uma requalificação mais abrangente da Avenida Almirante Reis, ainda por fechar.
Desde Novembro de 2020 que a Almirante Reis tem duas ciclovias unidireccionais, após ter sido implementada uma primeira versão em Junho de 2020, bidireccional, à boleia do projecto da Zona de Emissões Reduzidas apresentado no início desse ano, uma ideia entretanto suspensa pelo actual executivo. No entanto, a solução agora apresentada por João Rocha e Castro é semelhante à proposta inicial de uma ciclovia bidireccional na Almirante Reis, no sentido descendente.
Assim, no sentido descendente será mantida uma única faixa para a circulação automóvel com 3,25 metros de largura, um pouco menos que os actuais quatro metros, de forma a acomodar, no mesmo sentido, a ciclovia bidireccional. Já o sentido ascendente voltará a ter duas vias, “para a drenagem da rua ser conseguida, em tempo útil, constantemente ao longo do dia inteiro”, defendeu o arquitecto paisagista. Prometida está ainda a correcção de alguns problemas de segurança relacionados, por exemplo, com ilhas de passeio junto às ciclovias ou a falta de uniformização dos separadores, que actualmente não acompanham a totalidade da ciclovia.
Esta proposta vem contrariar o programa apresentado nas últimas eleições autárquicas pela coligação vencedora Novos Tempos, onde se lia a promessa: “Redesenhar a rede ciclável de Lisboa com enfoque na segurança, no conforto e na funcionalidade para os ciclistas e os peões, eliminando ciclovias com problemas, como seja a da Almirante Reis e desenhando-se alternativas viáveis.”
Na entrevista que Carlos Moedas deu à Time Out Lisboa, em Novembro de 2021, a opinião mantinha-se: “É para mudar. Aquela ciclovia naquele sítio não faz sentido. No que estou a trabalhar é para tirar a ciclovia daquele lugar. As alternativas, estranhamente, até já tinham sido estudadas aqui na Câmara. Não é o Carlos Moedas que, de repente, faz uma campanha e lembra-se de dizer isto. Há estudos, que estou a rever, e em que tinham sido pensadas alternativas. Sou o primeiro a gostar de bicicletas e de andar em ciclovias, mas elas têm de ser bem feitas e seguras. O caso da Almirante Reis é muito particular, porque foi parte da campanha, trouxe politização para algo que não devia ser político. Aliás, as pessoas que estavam nessa manifestação eram politizadas, muitas delas”, disse na altura o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referindo-se a uma manifestação de utilizadores de bicicletas que teve lugar em Outubro.
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