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Amadora BD faz a festa, dos 60 anos da Mafalda aos 80 de cartoons no jornal ‘A Bola’

O Festival de BD da Amadora arranca a 17 de Outubro. A programação convida-nos a soprar as velas a personagens como a Mafalda, o Demolidor e o Naruto.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Amadora BD
© Quino
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As datas já eram conhecidas: o Festival Amadora BD vai realizar-se de 17 a 27 de Outubro. Agora anuncia-se a programação completa. Ao todo, são 11 exposições no antigo Ski Skate Parque, duas na Galeria Municipal Artur Bual, uma na Bedeteca da Amadora e outra ainda na Casa Roque Gameiro. Entre os destaques, encontra-se “Mafalda, uma inconformista de 60 anos”, dedicada à icónica personagem de Quino, que surgiu pela primeira vez a 29 de Setembro de 1964, no semanário argentino Primera Plana.

Mafalda – a menina que detesta sopa, adora os Beatles e que quando crescer quer ser intérprete da ONU – festeja este ano o seu 60.º aniversário. A mostra, patente no núcleo central do festival, no antigo Ski Skate Parque, convida os visitantes a ter contacto com o universo no qual Mafalda vive, pensa, protesta e se revolta. Mas esta não é a única personagem da banda desenhada a quem vamos poder soprar as velas.

Este ano, o Amadora BD também assinala os 25 anos do Naruto, uma criação de Masashi Kishimoto, que depois de ter sido lançada em mangá, em 1999, foi também adaptada a anime, em 2002; os 80 anos de cartoons no jornal A Bola, com originais de várias décadas, desenhados e pintados à mão por artistas como Luís Afonso, Pargana, Stuart Carvalhais ou Rui Pimentel; e os 60 anos do Demolidor, que traz a Portugal os desenhadores Alex Maleev e Joe Rubinstein, numa exposição comissariada por Mário Freitas, da Kingpin Books, e o coleccionador norte-americano Lawrence Klein.

Destaca-se também a exposição individual de Paulo J. Mendes, autor da ilustração original da 35.ª edição do festival e vencedor do prémio de Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português em 2023. Editado pela Escorpião Azul em 2022, o premiado Elviro leva-nos até uma pitoresca vila costeira, onde se vivem os últimos dias do seu decrépito serviço de eléctricos e um casal de férias acaba por se zangar, à conta da obsessão de uma das partes por veículos de transporte público.

No núcleo central, poderá ainda ver “Quilombo, Herança e Resistência”, uma retrospectiva da obra em banda desenhada de Marcelo D'Salete, que tem explorado temas como o colonialismo e o racismo estrutural; “Trilogia de Nova Iorque”, do franco-canadiano Mikäel, que nos leva aos mais profundos bairros dessa grande cidade em permanente e eterna construção; “A Universidade das Cabras”, de Christian Lax, sobre a necessidade de lutar contra o analfabetismo e o obscurantismo; “Edgar”, de Mathieu Sapin, que nos conta a história do seu sogro, entre o Portugal do Estado Novo e a realidade francesa para a qual foge nessa altura; “Entre Camões e Pessoa – Uma Coleção”, comissariada por Silvia Reig, CEO e fundadora da Levoir, que publica a colecção Clássicos da Literatura Portuguesa em Banda Desenhada.

Já na Galeria Municipal Artur Bual, estarão patentes “Cristina Sampaio – Assim Vai o Mundo” e “O Plural de Abril em Nuno Saraiva”, ambas dedicadas aos eternos problemas que afligem a humanidade, incluindo a falta de liberdade de expressão. Na mesma senda, Raquel Costa leva “25 Mulheres”, a partir da obra homónima, à Bedeteca da Amadora, para reflectirmos sobre as contradições da condição feminina, com as quais ainda nos debatemos hoje, meio século depois do 25 de Abril.

Na Casa Roque Gameiro, por sua vez, a comissária Sandra Leão propõe “(Re)conhecer Guida Ottolini (1915-1992): Um Ilustradora da ‘Tribo dos Pincéis’”, sobre Margarida Roque Gameiro Ottolini Coimbra (1915-1992). “Conhecida no mundo das artes gráficas como Guida Ottolini ou Janine, carecia de uma exposição e de investigação que a reconhecesse como grande ilustradora e autora de banda desenhada da terceira geração dos Roque Gameiro”, lê-se em comunicado do festival.

É de referir ainda que está confirmada a presença de mais de uma dezena de autores de banda desenhada internacional, sendo de destacar a presença dos que, durante o festival, vão lançar as edições portuguesas das suas obras: a sul-coreana Keum Suk Gendry-Kim (Grass), a holandesa Aimée de Jongh (adaptação para BD do clássico de William Goulding, Lord of the Flies), o francês Mathieu Sapin (Edgar), o brasileiro Marcelo D’Salete (Mukanda Tiodora), Christian Lax (A Universidade das Cabras) e Mikäel (continuação da série Giant).

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