[title]
Sabe o que é que os turistas andam a fazer em Lisboa? Pastéis de nata. É verdade. Não só devoram o bolo-bandeira de Portugal, como o querem meter no forno lá de casa. A Pastelaria Batalha ensina-lhes como. Também fomos aprender.
A Pastelaria Batalha tem uns pastéis de nata vencedores e, mesmo assim, não esconde o segredo a sete chaves. Este Verão têm andado a formar turistas de todo o mundo. Fomos ver com os nossos próprios olhos. E, pelo caminho, meter a mão na massa. Ao final da tarde de um dia da semana, estávamos a postos na Pastelaria Batalha do Chiado para a aula especial. Duas amigas canadianas, uma mãe inglesa com os seus dois filhos, uma jovem alemã e dois portugueses (nós). "Onde eu vivo [Toronto] moram bastantes portugueses, por isso conheço os pastéis. Só não sei fazer. Gosto de cozinhar, mas não sou muito boa em pastelaria", contou-nos Janet.
A formação começou com as apresentações individuais, igual aos primeiros dias de escola, a que se seguiu uma pequena apresentação sobre a pastelaria e a história do pastel de nata feita por João Batalha, o dono (da quinta geração de batalhadores pasteleiros), que também dá a formação. "Queremos acima de tudo que as pessoas se sintam confiantes e consigam fazer em casa um pastel de nata, que não tem uma receita assim tão difícil”, garantia João Batalha enquanto explicava que a parte mais complicada é mesmo a massa, cujo processo de fabrico não foi chamado ao workshop: "É preciso ter alguma base de pastelaria para a poder fazer e principalmente conseguir encontrar os ingredientes específicos para a massa. O que aconselho é comprarem a massa folhada, porque o creme é muito simples de fazer".
Entretanto, na antecâmara do terminal de cozedura, serviam-se alguns dos bolos premiados da Pastelaria Batalha, como o pastel de feijão sem glúten e sem lactose ou a Queijada de Lisboa. "É para comer, não é só para olhar", desafiava João. Depois chegaram as jaquetas, uma para cada um dos formandos. Primeiro, todos se sentiram cheios de estilo, mas o ânimo refreou quando foi preciso enfiar a touca e umas protecções para os sapatos. Depois de lavar as mãos, estávamos prontos.
O workshop começou quase pelo fim, com a apresentação do forno, a indicação do tempo de cozedura e um tabuleiro com pastéis pré-feitos prontos a aquecer. Mas depressa as atenções se viraram para a mistura, à mão, do açúcar e da farinha. João ia explicando que só nesta loja são feitos entre 400 a 500 pastéis de nata por dia. Na aula eram 20 e cada aluno ia metendo o dedo no assunto à vez. Seguiu-se o leite, as gemas de ovo pasteurizadas, as cascas de limão, o pau de canela.
Como a cozinha tem aquela magia de aproximar as pessoas, depressa os participantes foram metendo conversa uns com os outros, sempre em inglês (e até descobrimos que duas pessoas só ali estavam por causa da Time Out, mas a de Londres. A matriarca inglesa contou que conheceu o marido nos anos 80 através de um anúncio na revista. Foi bonito).
Um dos maiores desafios foi espalhar a massa nas pequenas formas – que, já agora, podem ser compradas na Nortel, na Rua dos Anjos. João meteu o polegar na água e mostrou como se faz, primeiro com a mão esquerda (é canhoto), depois também com a direita.
Quando chegou a altura de desfardar, regressámos à pequena sala semiprivada, a das apresentações, para uma pequena espera que iria valer a pena: o produto final. O lanche dos pastéis acabados de fazer é acompanhado de uma ginja, café, chá ou água. E dos amigos, também acabadinhos de fazer.
O "Workshop de Pastéis de Nata da Pastelaria Batalha" funciona através de marcação, que pode ser feita no site oficial (pasteldenataworkshop.com) ou através da plataforma Airbnb Experiences. O preço normal é 50€, mas durante o mês de Agosto de 2018 custa apenas 35€ para marcações realizadas através da Airbnb Experiences.
A Academia Time Out, no Time Out Market, também organiza workshops de pastéis de nata.
+ Fábrica Musa agora serve almoços aos domingos
+ Há novidades no Rooftop Bar do Hotel Mundial