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O Técnico Innovation Center, na antiga gare da Carris no Arco do Cego, prepara-se para abrir portas. “Depois de mais de 500 mil horas de trabalho, é um sonho que se torna realidade”, disse o presidente do Instituto Superior Técnico, Rogério Colaço, na apresentação do espaço, que decorreu na manhã desta quarta-feira, 18 de Outubro. Com mais de quatro mil metros quadrados, tem “a maior sala de estudo disponível 24 horas do país”, bem como zonas de trabalho colaborativo, de exposição e de acolhimento de eventos. A inauguração ainda não tem data, mas está para breve.
“Abrir a universidade à sociedade [é esse o objectivo], com um espaço aberto a todos os que dele quiserem usufruir”, assegurou Colaço na cerimónia que também contou com a presença do reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, do presidente da autarquia, Carlos Moedas, e do primeiro-ministro, António Costa. “A todos os que hoje nos acompanham, venho relembrar a importância da persistência e que desenvolvamos, cada vez mais, a capacidade de realizarmos os nossos objectivos e de obter o resultado com que sonhamos, mesmo que demore mais, muito mais do que gostaríamos”, acrescentou Luís Ferreira.
Construída em 1904, a Gare do Arco do Cego serviu de abrigo aos eléctricos da Carris até 1996. Desde então e até 2004, o espaço funcionou como local de paragem de autocarros da Rede Expressos e, depois disso, teve ainda uma terceira vida como parque de estacionamento. Já em 2011, o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, celebrou um acordo de cedência com o então presidente do Instituto Superior Técnico (IST), António Manuel Serra, para a instalação de um centro de estudos aberto a toda a cidade. O projecto de reconversão, chefiado por João Gomes Ferreira, foi apresentado em 2020 e envolveu um investimento de mais de 12 milhões de euros, dos quais cerca de 4,6 milhões de euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do programa Lisboa 2020, após um investimento solicitado e elegível de 11 milhões de euros. Três anos depois, a obra dá-se por concluída.
“A visão da cidade é feita pelos homens e pelas mulheres, como o primeiro-ministro António Costa, que olham para o futuro e lançam a primeira pedra, e estar aqui é estar em casa, porque o Técnico foi o começo da minha vida”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. “É para mim um prazer estar aqui”, confirmou António Costa, antes de declarar que, apesar de tudo o que nos tem causado inquietações, das alterações climáticas à inflação, “temos boas razões para estar confiantes no futuro. Não é optimismo. São números. Temos um capital humano absolutamente extraordinário, que é o que nos tem permitido fazer a diferença. Esta geração qualificada, que permite a renovação das empresas, está hoje no mercado de trabalho e está hoje a transformar as empresas, e a economia. Agora, aqui, mais importante do que o edifício, é o que o edifício vai permitir fazer.”
As salas de estudo, disponíveis 24 horas, não são de acesso livre a toda a população, como inicialmente previsto, mas apenas a estudantes da Universidade de Lisboa, tal como acontece no espaço do antigo Caleidoscópio, no Campo Grande. Há, contudo, várias valências pensadas para servir a cidade, como uma área de exposição à entrada, que deverá ter uma programação anual, também para mostrar o que de melhor se faz em ciência, tecnologia e inovação pelos 23 centros de investigação do IST, pelos 32 núcleos de alunos das mais diversas áreas e pelos seus parceiros.
Está ainda planeada a abertura de uma zona de cafetaria e restauração, com esplanada e oferta diferenciada a preços acessíveis. Mas não só. No mesmo edifício, também será instalado um novo posto de socorro avançado do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, para onde será transferido o efectivo do quartel da Avenida Defensores de Chaves.
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