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A histórica livraria da Avenida de Roma tinha uma parceria com a Fnac desde 2020. Este ano, em Agosto, o grupo da insígnia francesa assumiu a gestão integral da Barata, mas as mudanças não foram suficientes para perder o estatuto de “Loja com História”. Após uma nova avaliação por parte dos serviços competentes, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu que “continua a cumprir os critérios que lhe conferiram a sua singularidade”.
“A sua principal actividade permanece assente na venda de livros, jornais, revistas e papelaria, complementada por um espaço polivalente na cave, destinado ao lançamento de livros e também para pequenos concertos”, lê-se em nota da autarquia, que destaca também a preservação dos elementos decorativos tradicionais, como o pavimento em calçada portuguesa, “mantendo a autenticidade e o charme” do local.
Fundada em 1957, a Livraria Barata é considerada um espaço de resistência desde a sua génese, ou não tivesse sido ponto de venda de livros proibidos durante a ditadura. Essa ousadia valeu ao fundador visitas regulares da PIDE e até algumas detenções, mas António Barata acreditava na importância da leitura e do livre pensar. José Rodrigues, que casou com a filha de Barata, tentou honrar o legado do sogro, e lutou para não encerrar portas mesmo durante a pandemia, altura em que pôs a funcionar um serviço de entrega de livros em casa. Os actuais responsáveis garantem querer preservar e honrar essa herança.
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