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Antiga vila operária de Campolide vai renascer com auditório para espectáculos

Reabilitação de 33 vilas operárias de Lisboa foi anunciada em 2017, durante mandato de Fernando Medina. Carlos Moedas visitou a Vila Romão da Silva, que vai receber um dos seus "teatros em cada bairro".

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
Jornalista
Vila Romão da Silva, em Campolide
Ana Luísa Alvim / CMLVila Romão da Silva, em Campolide
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É um projecto de reabilitação de uma antiga vila operária de Lisboa, a Vila Romão da Silva, que dotará os moradores de apartamentos novos na ala em fase de conclusão e que vai incluir oferta habitacional (através de concurso) no âmbito do programa de rendas acessíveis da Câmara Municipal de Lisboa (CML). Também nesta primeira fase, que se prevê terminada "até ao final do ano", deverão ser inaugurados um auditório de 80 lugares e a nova sede do Sport Clube Amoreiras.

Em 2017, a Rádio Renascença escrevia que a Câmara de Lisboa ia começar "a requalificar quatro pátios e vilas da cidade, de um conjunto de 33" em que pretendia intervir, conferindo-lhes uma "uma nova cara, mas mantendo os traços históricos". As primeiras quatro vilas anunciadas foram a da Travessa de Paulo Jorge, em Belém; a Bela Vista, no Beato; e as vilas Elvira e Romão da Silva, em Campolide, perfazendo um investimento de quase quatro milhões de euros por parte da autarquia então liderada por Fernando Medina. Sete anos depois, a primeira fase da reabilitação da Vila Romão da Silva está prestes a ser concluída, estando o fecho total da intervenção (a segunda fase vai envolver novos fogos) previsto para "Junho-Julho de 2025", adiantou Carlos Moedas, presidente da CML, numa visita ao espaço esta manhã, 2 de Outubro. "Temos de ter uma cidade para todos e este projecto mostra o esforço que estamos a fazer na área da habitação", declarou o autarca, destacando projectos como este, que representam "a alma de Lisboa". "Vamos fazer muitos mais", prometeu.

Vila Romão da Silva, em Campolide
DRVila Romão da Silva, em Campolide

A par dos espaços de habitação, a vila contará com um auditório de 80 lugares (voltado para o pátio interior), integrado na rede Um Teatro em Cada Bairro, projecto que pretende dotar diferentes zonas da cidade de espaços de proximidade dedicados a actividades culturais. No mesmo complexo, ficará a sede do Sport Clube Amoreiras, colectividade fundada em 1934 e cuja modalidade central é o ténis de mesa, que já tinha aqui as suas instalações, mas vê-se agora perante uma "lufada de ar fresco", ao ganhar um novo espaço. Desde Abril de 2021 sem sede – "tenho muitas coisas guardadas em minha casa e numa arrecadação da Junta de Freguesia", conta o presidente, José Carlos Almeida –, devido às obras, o clube pretende agora recuperar os seus perto de 200 sócios e a actividade desportiva e cultural, que ficou, durante este período, estagnada. "Também vamos promover algumas actividades ligadas ao recreio, como o teatro e o fado, pensadas para o novo auditório", adiantou à Time Out.  

Vila Romão da Silva, em Campolide
Ana Luísa Alvim / CMLVila Romão da Silva, em Campolide

De acordo com o comunicado pela autarquia, "a intervenção na reabilitação da Vila Romão insere-se no PRR e corresponde a um investimento 4,5 milhões de euros". Em Março, a Câmara de Lisboa decidiu, por unanimidade, contratar a reabilitação da Vila Elvira, também na freguesia de Campolide, através de concurso público, pelo valor de 2,18 milhões de euros, noticiou a agência Lusa. Segundo dados de 2016, a CML é proprietária de 61 vilas em Lisboa. Em 2021, a Time Out destacou um conjunto de reabilitações em plano, nomeadamente, a Vila Dias (Xabregas), o Pátio do Beirão (Marvila), a Vila Bela Vista (Beato), o Pátio do Bastos (Estrela), o Pátio do Paulino (Alcântara), Vila Travessa de Paulo Jorge (Belém) e também as duas vilas de Campolide abordadas neste texto: a Romão da Silva e a Elvira.

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