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Antigo Hospital Militar de Belém vai acolher imigrantes sem-abrigo

Iniciativa conjunta do Governo e da Câmara de Lisboa dá uso a edifício inactivo desde Setembro de 2022.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Hospital Militar de Belém recebeu refugiados afegãos em 2022
Francisco Romão PereiraHospital Militar de Belém recebeu refugiados afegãos em 2022
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A cedência é temporária mas real. O antigo Hospital Militar de Belém, que está fechado desde Setembro de 2022, será cedido pelo Ministério da Defesa Nacional "para acolhimento de imigrantes sem-abrigo”, conforme avançou ao jornal Expresso fonte oficial do gabinete do ministro da Defesa, Nuno Melo. A cedência "será ao abrigo de um protocolo que envolverá o Ministério da Presidência, o Ministério da Defesa Nacional e a Câmara Municipal de Lisboa”.

O antigo hospital, que sofreu obras de reconversão para receber doentes com Covid-19 e que, nos últimos meses em que esteve aberto, acolheu refugiados afegãos, não tem um destino definitivo traçado, embora tal já tenha sido objecto de estudo. Em Fevereiro de 2023, conta o mesmo jornal, o Estado-Maior General das Forças Armadas afirmou estar “a rever um estudo, realizado em Junho de 2022, para conferir utilidade funcional” ao edifício.

Moedas "contente" com novas regras para imigração

A notícia é recebida nos dias em que apertaram as regras nacionais de controlo da imigração. "Nem de portas fechadas, nem de portas escancaradas", reiterou o primeiro-ministro Luís Montenegro, no anúncio da proposta de extinção das manifestações de interesse como porta de acesso a autorizações de residência no país. O novo Plano de Acção para as Migrações entrou em vigor esta terça-feira, 4 de Junho, e torna obrigatório o pedido de visto de trabalho para os migrantes que queiram trabalhar em Portugal, medida sobre a qual o presidente da Câmara Municipal de Lisboa declarou, citado pela Antena 1, ter ficado "muito contente", por considerar necessária uma "política de imigração com dignidade", que "não existia". Para o autarca, o facto de não existir, no passado, uma exigência de contrato de trabalho para quem chega a Portugal "multiplicou as redes de tráfego, multiplicou os problemas" nos últimos anos. 

À margem de uma reunião sobre o impacto económico da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, Carlos Moedas defendeu a necessidade urgente de um centro de acolhimento para imigrantes. "Temos de ter um centro de acolhimento porque estas pessoas chegam aqui, não podem estar em Arroios em tendas, isto é doloroso, é inaceitável, e o presidente da Câmara não pode fazer nada porque a maior parte delas não está documentada", afirmou. "Foi nesse sentido que eu pedi ao Governo [para] encontrar um antigo quartel ou um antigo hospital que [os] pudesse acolher provisoriamente", referiu o autarca, dando conta de "vários potenciais locais", como o antigo Hospital Militar de Belém, provavelmente antes de conhecer as declarações do gabinete do ministro da Defesa ao Expresso.

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