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Pariz e Edis, do colectivo 1x1, ainda têm algum trabalho pela frente, mas já é possível perceber o que será o novo Passeio Ulmeiro, que se estende entre a antiga morada da livraria Ulmeiro, o número 13A da Avenida do Uruguai, e o novo espaço cultural, no número 19B. O objectivo é homenagear várias personalidades que contribuíram para a riqueza cultural de Benfica, como o filósofo e poeta Agostinho da Silva, o escritor António Lobo Antunes e o compositor e guitarrista Carlos Paredes.
“Já temos uma parceria com a Junta de Freguesia de Benfica e a própria Câmara Municipal de Lisboa há alguns anos e, mais uma vez, fomos convidados a fazer uma intervenção no bairro. O que nos foi proposto foi fazer um passeio da fama, mas não queríamos nada a Hollywood. Fizemos uma coisa muito portuguesa e recorremos a padrões que costumamos utilizar no nosso trabalho e que vão buscar inspiração ao vitral e ao azulejo”, diz Pariz à Time Out. “Numa fase inicial, foi-nos pedido para retratar 15 personalidades, que foram votadas na página de Facebook da Junta, entre um leque de quase 30. Mas, entretanto, o fundador lembrou-se de mais uns nomes e vamos em 27.”
Entre os retratos ainda por fazer, Pariz destaca o do gato Salvador e o de Lúcia Ribeiro, mulher do fundador da Ulmeiro, José Ribeiro. “Já morreram os dois e é uma forma de manter viva a sua memória”, explica Pariz. “Os retratos estão a ser feitos com estas raias brancas, que representam as folhas de um livro.” Vistos de frente, são ilustrações. Quem desce a rua, vê os brilhos das imagens. Quem sobe a rua, vê as sombras. Quem saca do telemóvel para tirar uma fotografia, é surpreendido com o que parece uma fotografia. “É ilusão de óptica”, acrescenta Edis One. “Queríamos que as pessoas pudessem aproveitar o passeio, mas também levá-lo para casa.”
Se a meteorologia deixar e se mais ninguém pisar o passeio antes de tempo, a intervenção ficará concluída até ao final desta semana. Até lá, podemos ver os artistas a trabalhar, entre as 11.00 e as 18.00. “Estamos a partilhar histórias da Ulmeiro, sobretudo aos mais jovens, que nunca ouviram falar, mas também temos conhecido pessoas que privaram com as personalidades que estamos a retratar”, revela Edis One, que não hesita em elogiar “a visão” do presidente da Junta. Pariz remata: “É a Cultura a pintar a Cultura para despertar e reavivar o sentido de Cultura.”
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