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Arte urbana nas Escadinhas de São Cristóvão precisa de assinaturas

A banda Zazueira vai animar as escadinhas a 2 de Julho para dar a conhecer o projecto Rota de Memórias e recolher as assinaturas a entregar na Câmara.

Helena Galvão Soares
Jornalista
Intervenção no Pátio do Salema
DRIntervenção no Pátio do Salema
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As Escadinhas de São Cristóvão vão estar mais movimentadas do que o habitual na próxima terça-feira, 2 de Julho. O objectivo é que, entre as 16.00 e as 22.00, como explica o artista Rafael Oliveira Tavares, se consiga atrair o maior número de pessoas possível para dar a conhecer o projecto de transformação da escadaria. Transformar como? Através de uma acção de co-criação de arte urbana, para a qual todos estão convidados. Os artistas locais estarão presentes para guiar os participantes, que não precisam de experiência artística anterior.

Mas no dia 2 ainda ninguém vai meter mãos à obra, porque para isso é necessário reunir as assinaturas que permitem à Câmara de Lisboa emitir uma autorização. É para recolher essas assinaturas que se vai fazer a festa, com a banda Zazueira e com quem mais quiser levar o seu instrumento e juntar-se aos músicos. No local estarão alguns dos artistas para conversar sobre a intervenção e vai haver uma simulação em três degraus, onde vai ser colocada uma fita em papel, da mesma grossura do degrau, com o desenho em mosaico, como amostra de como ficaria no futuro. A ideia é saber a opinião das pessoas e também se estarão interessadas em participar na criação.

Escadinhas de São Cristóvão
DREscadinhas de São Cristóvão

Rafael conta-nos que a intervenção nas escadas é só o culminar de um projecto bem maior, intitulado Rota de Memórias, que foi seleccionado pelo HUB-IN. O HUB-IN é um consórcio composto por oito cidades piloto: Lisboa, Belfast, Brasov, Génova, Angoulême, Nicósia, Slovenska Bistrica e Utrecht. É financiado pelo Horizonte Europa e visa transformar e regenerar áreas urbanas históricas, preservando a sua identidade cultural e social, assim como o ambiente.

"Esta escadaria vai ser o final de uma rota pelo bairro da Mouraria, que irá contar as memórias de pessoas relevantes para o bairro. Isto estará organizado por QR codes e no fim o visitante terminará o tour nas Escadinhas de São Cristóvão, com as escadas com mosaicos, que referem a todas as culturas que já estiveram e estão convivendo ali na região", resume Rafael. Actualmente, o colectivo que se reuniu em torno de Rafael ainda está no processo de recolha das histórias contadas pelos moradores e de vídeos e fotos, antigas e novas.

"E no fim da tour, na web-app, aparece uma mensagem ao visitante. Se ele gostou, ele pode colaborar para as instituições sociais do bairro", acrescenta. Mas já será um futuro colectivo, o Comvidarte, a gerir isso: as experiências, co-criações de arte e registo da memória local. "Eu faço os mosaicos e estou sempre na área social. Depois que a escada acabar eu termino a minha parte e o colectivo Comvidarte entra para gerenciar". "Sou um grafiteiro frustrado que acabei por desenvolver a arte em mosaicos e em azulejos", remata Rafael com um riso.

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