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São apenas alguns metros, mas o pouco pode fazer a diferença. Assim pensa um conjunto de vizinhos que habita o limite entre a Penha de França e Arroios e que está empenhado em transformar o troço junto à Escola Secundária de Dona Luísa Gusmão, na Rua da Penha de França, hoje praticamente dedicado ao automóvel. "É bastante simples alterar a configuração actual e parece-nos claro que, ali, alguma coisa tem de ser feita", relata à Time Out Carlos Sacramento, do movimento de moradores.
O troço de que fala o residente de Arroios é um espaço que dá acesso a lugares de estacionamento e um passeio estreito que serve de separador entre o estacionamento e a via de circulação automóvel. "Os estudantes, se se quiserem sentar, têm de fazê-lo nas grades ou no chão." Por outro lado, como acontece muito nas freguesias da Penha de França e Arroios, a falta de árvores contribui decisivamente para o efeito de ilha de calor. O que este colectivo informal propõe é, sem grandes investimentos, reorganizar o espaço. "O estacionamento ficaria junto da via principal e o passeio seria aumentado para onde estão agora os lugares para estacionar, criando ali uma zona de estar e de lazer, com novo equipamento urbano e árvores, que não existem naquela zona", nota Carlos Sacramento. Isto sem perder lugares para os automóveis.
Câmara disponível
Com o apoio do atelier de arquitectura Baum (também ele do bairro), o grupo de moradores apresentou a ideia e um esboço do projecto à Câmara Municipal de Lisboa (CML). "No seguimento da apresentação de projectos como o Ruas Verdes+ ou a requalificação da Praça das Novas Nações, percebemos que a Câmara estaria disposta a ouvir-nos", explica o morador que, em conjunto com Alfredo Santos, tem sido um dos principais dinamizadores da iniciativa de pequena escala. Para que a ideia ganhe força, estão a mobilizar mais vizinhos, tendo realizado duas reuniões abertas para discutir e afinar ideias e projectando mais encontros até ao final de Janeiro. A mais recente foi esta quarta-feira, 4 de Dezembro. "Se os projectos para a cidade puderem vir originalmente dos munícipes, acho que é sempre uma mais-valia. Nem tudo tem de ser feito nos gabinetes", defende Carlos Sacramento.
A próxima reunião para debater a transformação da Rua da Penha de França deverá realizar-se em Janeiro, envolvendo a escola que convive de frente com o espaço. "Os estudantes serão um dos grandes beneficiários da mudança." Seguir-se-á a passagem de um abaixo-assinado pelos moradores da zona, de forma a criar massa crítica. Como explica Carlos Sacramento, "quando algumas pessoas conheceram a proposta, nem lhes tinha passado pela cabeça que aquele espaço público poderia ganhar outra forma". "Mas as coisas podem mudar", acredita.
Nas redes sociais, o grupo de moradores deixa o convite: "O que pretendemos é que as pessoas que também desejam mudar este local se juntem, organizem, definam o que gostam, elaborem um projecto comum e acções para levar adiante por este espaço. Já somos muitos a concordar com a ideia, só temos de nos juntar!"
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