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Uma década depois de se terem separado e 20 anos após o primeiro EP, Em Rotterdam já é uma febre, editado em 2004 pela Trama, as Cansei de Ser Sexy preparam-se para voltar a Portugal. Sobem ao palco do Lisboa ao Vivo a 6 de Julho e no dia seguinte tocam no Hard Club, no Porto.
As brasileiras começaram a dar que falar em meados dos anos zero. Assinaram e editaram um álbum pela Sub Pop logo a seguir, em 2006. E as suas canções hedonistas, ainda que nostálgicas, com a electricidade e a electrónica numa dança sensual e num despique feliz, rodaram o mundo.
Era uma música de um tempo e de um lugar – ou à margem de um lugar. Antes das grandes empresas de Silicon Valley terem tornado a internet um negócio viciado, quando tudo parecia possível. Incluindo um bando de miúdas e um miúdo do Sul global tornarem-se um fenómeno indie transnacional, sem quase saberem tocar, só por terem a atitude e as referências certas.
Títulos como “Let's Make Love and Listen to Death from Above” ou “Meeting Paris Hilton” acusavam o momento em que as canções brotaram dos instrumentos de Adriano Cintra – o fundador, ideólogo e compositor da banda, que hoje não fala com as velhas amigas; nem toca com elas. O inglês com pronúncia carregada da vocalista Lovefoxxx deixava transparecer um carácter marginal e forasteiro.
Depois do álbum homónimo, ainda gravaram mais três – Donkey (2008), La Liberación (2011) e Planta (2013) – mas nunca conseguiram sair da sombra daquelas primeiras e virais canções. Em 2014, mal terminaram a digressão de Planta, o único disco sem o dedo Adriano Cintra, separaram-se.
Não há separação que não dê em reunião
Durante anos, estiveram esquecidas. O seu momento tinha passado. Mas o revivalismo indie sleaze dos últimos anos tornou o seu regresso inevitável – e um concerto isolado, em 2019, tinha mostrado que as quatro músicas que gravaram Planta estavam dispostas a reunir-se, mas sem Adriano Cintra.
Os concertos da banda electro-indie na Europa, anunciados esta sexta-feira, não vão ser os únicos. Há um mês, as CSS tinham revelado que iam andar em digressão pelos Estados Unidos este ano, e em Dezembro de 2023 já tinham tocado em São Paulo, no Primavera Sound. Metade do alinhamento foi ocupado pelos hits do primeiro disco e o resto por músicas de La Liberación e Planta.
Nos espectáculos em nome próprio em Portugal, porém, devem tocar mais canções. As suficientes para “Meeting Paris Hilton”, que não se ouviu em Dezembro, caber na setlist. E pelo menos um tema de Donkey. Os bilhetes vão ser colocados à venda na segunda-feira e têm um custo único de 35€.
Lisboa Ao Vivo. 6 Jul (Sáb). 21.00. 35€
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