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As jóias que conquistaram Rihanna e Taylor Swift chegaram a Lisboa

Nasceram em Nova Iorque, mas acabam de aterrar em Lisboa. E tudo porque Matthew Harris, o designer por trás das jóias, se apaixonou pela cidade. Entrámos na nova boutique do Príncipe Real.

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
Mateo, Príncipe Real
DR
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“As flores morrem, compre jóias.” O ditame brilha na forma de letreiro luminoso, no recanto mais escuro da nova loja do Príncipe Real. A Mateo, marca de joalharia fundada por Matthew Harris em Nova Iorque, poderia ter-se instalado com toda a sofisticação importada do outro lado do Atlântico. Em vez disso, evoca o território que agora pisa através de elementos perfeitamente diluídos na decoração – um sofá de fabrico nacional, encomendado aos anos 30, comprado num antiquário de São Bento, e um painel de azulejos, a puxar às incursões marítimas, pintado à mão num atelier lisboeta.

“Fizemos desta a sala portuguesa. Acho que é importante dares também alguma coisa ao país onde vives. Eu não nasci aqui, mas sei que vocês têm lidado com muitos estrangeiros que querem tirar partido da vossa cidade. Não quero ser uma dessas pessoas. Por isso é que disse: vamos ter aqui algo verdadeiramente português”, explica Harris, enquanto mostra os cantos à casa.

Mateo, Príncipe Real
DR

O espaço é estreito, dividido por duas salas, descidas as escadas, e uma terceira, quando subimos até ao andar de cima. Em tempos, foi a morada de uma marca portuguesa, voltada para o guarda-roupa dos mais pequenos. Agora, com um novo brilho e uma remodelação que levou meses, nasce uma boutique que, na verdade, é do mundo.

“Cresci com uma mãe que era costureira, por isso sempre tive esta inclinação natural para a moda e para o design”, recorda Harris, jamaicano que rumou a Nova Iorque em busca da concretização de um sonho. “Sempre adorei joalharia. E na minha família, costumamos dizer: se alguma coisa correr mal, conta sempre com as tuas jóias, porque podes vendê-las. Por isso, cresci sempre com uma pulseira de brilhantes, com um anel de sinete ou um crucifixo ao pescoço”, completa.

Matthew Harris, Mateo
DRMatthew Harris

Em 2009, mudou-se para a maior cidade dos Estados Unidos. Criar uma marca de joalharia não fazia parte dos planos, mas a veia autodidacta fê-lo aventurar-se no mundo dos metais preciosos. “Não planeei realmente ter uma marca de jóias. Acho que tive sorte. A minha primeira colecção, fi-la essencialmente para mim, era uma necessidade bastante pessoal. Mas a Rihanna usou uma das peças e foi aí que as coisas descolaram. Quinze anos depois, continuo com este projecto, que agora é oficialmente uma empresa”, explica Matthew.

O sucesso foi repentino. O zipper necklace usado por Rihanna tornou-se viral. Seguiram-se outras embaixadoras de peso – Michelle Obama, Taylor Swift, Zendaya, Gwen Stefani. Questionado sobre o que sustentou o fenómeno, Harris admite ter fugido às tendências do momento. “Quando comecei a fazer joalharia para homens, estava toda a gente a fazer caveiras. E eu só quis encontrar algo que fosse elegante e sofisticado, mas que continuasse a misturar o feminino e o masculino. Acho que a razão de todo aquele sucesso foi precisamente ter feito o que ninguém estava a fazer naquela altura, foi muito refrescante. Aconteceu o mesmo com as pérolas. Ninguém usava quando lancei a colecção de pérolas em 2015. E toda a gente me dizia: ninguém vai usar. De repente, boom! O Brad Pitt”, partilha.

Mateo, Príncipe Real
DRColar da colecção All That Works

Desde o primeiro dia que a Mateo tem identificado pequenas lacunas no mercado. Depois do design e da estratégia, a marca tem procurado democratizar o acesso à joalharia de autor. Apesar de usar materiais nobres, o posicionamento tornou-a especialmente apetecível a clientes mais jovens. “Queremos fazer jóias que os mais jovens possam comprar. A maioria das nossas peças custam entre 150€ e 1500€. Ou seja, é acessível.”

As diferentes colecções estão espalhadas, divididas entre vitrines. A primeira de todas, inspirada por uma caixa de ferramentas, continua a estar entre as mais procuradas. Mas outras vieram – as pequenas letras em diamantes encapsuladas em quartzos límpidos, as linhas ondeantes da colecção Curve, as pérolas no seu estado mais bruto ou a explosão de cor, com o uso de topázios azuis, ametistas, citrinos e malaquites, onde Matthew recupera a tonalidade que o transporta para o seu país-natal: o turquesa.

Mateo, Príncipe Real
DR

Lisboa é agora a sua terceira casa. Há quatro anos, morreu de amores pela cidade e decidiu fazer as malas. Instalou-se num apartamento lisboeta, não muito longe daqui. Os interiores primorosos – onde sobressai a paixão por arte cinética, em particular pelo trabalho de Alexander Calder, também visível na joalharia– já mereceram a atenção da imprensa internacional. Por aqui ficará, ainda que com idas regulares a Nova Iorque, a cidade onde tudo começou, mas também onde as peças são produzidas. Esse será o próximo passo: começar a produzir algumas jóias em Portugal.

Praça do Príncipe Real, 24 (Príncipe Real). Ter-Sex 11.00-19.00, Sáb 11.00-18.00

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