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As melhores pataniscas de Lisboa estão no D’Bacalhau, diz o Peixe em Lisboa

Escrito por
Catarina Moura
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A entrada do Pavilhão Carlos Lopes encheu-se de um cheiro característico que não deixou ninguém na dúvida. Esta segunda-feira, 9 de Abril, o júri do Peixe em Lisboa provou dez pataniscas lisboetas para escolher a melhor. Em primeiro lugar ficou o D’Bacalhau, no Parque das Nações, que tinha ganho o terceiro lugar da prova no ano passado. No pódio ficou também o Clube do Peixe, no Campo Pequeno, que concorreu pela primeira vez e subiu ao segundo lugar; em terceiro ficou a Casa do Bacalhau, no Beato, o vencedor de 2017. 

A fila de jurados esteve de costas para os tabuleiros de alumínio, identificados apenas com números para que a prova fosse totalmente cega. Com tempo, provou-se e avaliou-se este petisco lisboeta em aspecto, sabor e consistência do interior, equilíbrio entre os ingredientes, ausência de gorduras excessivas e o sabor global. “Pelo nome patanisca aparecem muitas vezes uns sonhos que usam um bocadinho de farinha a mais; outros têm muitas bolhinhas que vêm do polme ser muito batido”, avisou Maria de Lourdes Modesto no final da avaliação e depois de conhecidos os três primeiros lugares, todos eles apresentando patanistas achatadas, à maneira da capital.

“Não fiz nada de especial”, reagiu o representante do restaurante vencedor, “simplesmente fui ao livro da mestre Maria de Lourdes [Modesto, autora de A Cozinha Tradicional Portuguesa] e dei-lhe o meu toque. Mas não me surpreende, porque segui os conselhos da mestre”. O D’Bacalhau ganhou com alguma distância, anunciou Virgílio Nogueiro Gomes, da organização da prova, ao anunciar os resultados, mas todos os jurados concordaram que houve uma melhoria no produto avaliado relativamente ao ano passado. “Não houve óleos a saber mal ou muito usados e as dispensas tinham mais bacalhau do que no ano passado. A patanisca melhorou muito a sua condição e ainda bem porque é um ícone da cozinha portuguesa, especialmente em Lisboa”, concluiu Maria de Lourdes Modesto, que presidiu ao júri composto também por Alexandra Prado Coelho, João Ceppas, Pedro Sommer Ribeiro e Pedro Cruz Gomes.

pataniscas, peixe em Lisboa
Maria de Lourdes Modesto foi a presidente do júri
Fotografia: Mariana Valle Lima

“Se um restaurante tem uma boa patanisca é uma excelente referência; se não se tem uma cozinha cuidada, não se consegue ter uma boa patanisca”, disse João Ceppas, membro do júri, acrescentando que houve muitas coincidências nas notas dadas pelos cinco membros do painel.

A patanisca do D'Bacalhau, vencedores da edição de 2018
Fotografia: Mariana Valle Lima

Esta prova, que “valoriza um produto associado a uma cozinha pobre” e que “mostra o amor da cidade pela sua comida portátil”, comentou o júri, integrou a agenda do Peixe em Lisboa pela primeira vez no ano passado. Depois de se inscreverem, os restaurantes passaram por uma primeira selecção que levou aos dez finalistas – os três primeiros lugares do ano passado tiveram entrada directa nesta final que terminou com todos os convidados a provar as dez pataniscas já frias, mas ainda competentes.

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