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As novas tartes de Lisboa levam fruta fresca e flores comestíveis

Quando a pastelaria e a botânica se juntam, há Fleur de Tarte. Quem o diz é o chef Claiton Ferreira, que todos os sábados leva as suas tartes ao Mercado de Produtores.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Fleur de Tarte
Fotografia: Gerson Gess | Fleur de Tarte
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Massa sablé, recheios gulosos e toppings de fruta fresca com flores comestíveis à mistura. É esta a receita base para as tartes e tarteletes doces Fleur de Tarte, o novo projecto de Claiton Ferreira, chef pasteleiro do grupo Plateform. “Queria usar fruta de uma forma nobre, para valorizar o produto, porque vi muitos dos meus fornecedores passar dificuldades por causa da pandemia”, conta. Todos os sábados, entre as 10.00 e as 14.00, está no Mercado de Produtores, na Praça de São Paulo.

Primeiro surgiu um convite. A sua amiga Inês Feijão, supervisora de marcas do grupo Plateform, desafiou-o a combinar a pastelaria com a botânica. “Sempre falámos nisso, de abrir uma pastelaria onde também se vendessem flores. E, no ano passado, ela convidou-me para abrir uma e-commerce. Mas eu estava com imenso trabalho. Por isso, quando ela lançou a Flor Amor, uma loja de arranjos de flores secas, eu fui ajudando como podia. Só mais tarde tive a ideia para o meu projecto”, revela. “Como depois estive em lay-off, comecei a pensar mais a sério no assunto e resolvi perguntar à Rita Santos, da Comida Independente, se o Mercado de Produtores tinha espaço para mim.”

Fleur de Tarte
Fotografia: Gerson Gess

Com imensa vontade de pôr as mãos na massa e a possibilidade de levar as suas sobremesas para a rua, Claiton demorou menos de um mês a preparar a inauguração da Fleur de Tarte no Instagram, através do qual recebeu as suas primeiras encomendas. As propostas são sazonais, avisa, mas já tem receitas vencedoras, como a de morango e ruibarbo marinado em baunilha de Madagáscar, com crumble integral de amêndoa algarvia (20€). Amanteigada e levemente arenosa, a massa primeiro quebra, depois desmancha na boca. “A fruta vem de produtores como a Anabela Soares, do Mercado da Ribeira”, partilha o chef, que continua a vender através das redes sociais, mas confessa preferir a proximidade e envolvência dos mercados de rua.

Na sua banca, não só é possível encontrar tartes e tarteletes já prontas para levar, como ver o chef preparar quase tudo desde o início. “Tenho fruta para o cliente escolher e montar na hora”, diz. “A massa sablé, que faço em casa, é pré-cozida, recheada com creme de amêndoa e pedaços de fruta, com um toquezinho de açúcar demerara. E volta ao forno para assar e caramelizar.” Já na praça, arrefecidas, as bases são finalizadas com creme de pasteleiro, baunilha de Madagáscar e geleia. A de morango (16€), por exemplo, leva geleia de flor de sabugueiro. E a de mirtilos (18€) é embebida em azeite e mel. Sem nunca esquecer as flores comestíveis da Microgreens, das verbenas às de manjericão thai. “Tenho muitas plantas em casa e vou buscar flores ao Mercado da Ribeira todo o fim-de-semana. E sinto-me muito inspirado, sabe? Agora mesmo, estou a olhar para uma peónia e consigo enxergar uma tarte nela. Já estou a imaginar o que é que vai ser.”

O menu não é fixo, mas é possível descobrir algumas das opções disponíveis no Instagram. “Agora vou ter um especial para o Dia da Mãe, com morangos biológicos do Quiosque das Flores, que vou cortar em forma de coração. E a tarte vai junto com flores e uma caixa pintada à mão”, desvenda Claiton, que convida os gulosos da cidade a aparecer no Mercado de Produtores. “Para o futuro, o desejo é ter uma loja física, juntamente com a Flor Amor. Mas ainda é cedo para falar nisso.”

Praça de São Paulo. Rua de São Paulo, 71 (Cais do Sodré). Sáb 10.00-14.00. Entrada livre.

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