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Astro-Mano é uma ode ao género ficção científica, mas em português de Portugal, um país onde o género nunca parece ter vingado. A série estreou esta sexta-feira no RTP Play. Será um um ponto de viragem?
A produção é uma ideia original de Filipe Santos e Pedro Ferreira, que também interpretam os principais personagens desta comédia recheada a efeitos visuais, com referências a clássicos norte-americanos, como Star Wars ou Regresso ao Futuro. Astro-Mano contou com o apoio da RTP Lab, laboratório criativo que tem por missão alavancar talentos nacionais, e parte dos estúdios da Toca Produtora.
Astro-Mano (Filipe Santos) é um extraterrestre cujo valor não é reconhecido no seu planeta. Quando aterra por estas bandas, trava uma improvável amizade com Pedro (Pedro Ferreira), um rapaz com falta de confiança que esconde um amor pela colega de quarto Leonor (Catarina Secca e Cruz). Esta determinada jovem, por sua vez, acaba por ser arrastada para as aventuras que este enredo promete, ao transportar o espectador para outras galáxias, coisa rara na produção audiovisual portuguesa. No rol de personagens conhecemos também Fernando (Jafar dos Santos), o típico dono de um café de bairro e um génio incompreendido que acredita em teorias da conspiração e constrói aparelhos para entrar em contacto com vida extraterrestre.
A série Astro-Mano é composta por seis episódios, já todos disponíveis no streaming da RTP Play e conta com quatro temas originais dos Pepperoni Passion, banda que ficou mais conhecida pela sua participação no Festival da Canção em 2022. E da qual faz parte Pedro Ferreira, assim como António Miguel Santos, responsável pela banda sonora original, pós-produção de som e também direcção de fotografia. A banda fica completa com João Reis. O tema original composto para o genérico da nova série mereceu ainda um videoclip a fazer lembrar o glam rock da década de 1980.
Pedro Ferreira é também o criador de todos os efeitos visuais de Astro-Mano, como explicou à Time Out durante apresentação do projecto, que decorreu no final de tarde desta quinta-feira. “Fiz, porque sabia fazer, todos os trabalhos que arranjava como pós-produção, era ‘apaga-me a perche, apaga-me aqui esta sombra, esta pessoa está em campo’. E estava um bocado farto, quero fazer raios, quero fazer explosões. Quero fazer como os filmes que eu via em puto. Quero que haja uma merda tipo Star Wars em Portugal. Pronto. Mas não estou a dizer que é o mesmo nível”. A ideia surgiu há cinco anos, conta Filipe, “numa noite entre jolas e pregos” (dois elementos que também acabam por ter um papel no enredo de Astro-Mano). “E fomos acreditando que o Astro-Mano podia aterrar. E aterrou finalmente.”
Os criadores tecem ainda elogios à produtora Rute Moreira, da Toca. “Foi o nosso Jesus de Nazaré, que fez o milagres todos acontecerem”, sublinha Filipe. Pedro até brinca que foi fácil criar Astro-Mano por isso mesmo: “Porque eu dizia assim: Rute, era um Delorean. E a Rute: Pedro, não há Deloreans em Portugal. E eu: Rute encontrei um site e está aqui um Delorean. E depois eu dizia: Eu acho que era importante para a série andarem à porrada com sabres de luz. E depois o último episódio podia ser todo no Espaço”, recorda, listando alguns dos pedidos mais, digamos, científicos. “Foi a primeira vez que eu dizia uma coisa e não era olhado de lado, tipo, este gajo é maluco.”
Astro-Mano. RTP Play
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