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É já no próximo domingo à noite que se dá a mais espectacular chuva de estrelas do ano: as Perseidas. No Hemisfério Norte, a melhor hora para olhar o céu é nas últimas horas antes do amanhecer do dia 12 de Agosto, mas vale a pena ficar atento logo a partir das 22.00 de dia 11 – e repetir a observação na noite seguinte, de 12 para 13. Afinal, está previsto que dezenas de meteoros cruzem o céu e o pico de intensidade poderá chegar a mais de 60 estrelas cadentes por hora.
Esta chuva de estrelas acontece porque a Terra cruza o rasto do cometa Swift-Tuttle, que tem uma órbita de 133 anos e que por aqui passou a última vez em 1992. Já o nome Perseidas deve-se ao facto de as estrelas cadentes parecerem provir da zona do céu onde está a constelação de Perseu, ponto esse que se chama o radiante. Às 21.30 já não há claridade, e o radiante está um pouco acima da linha do horizonte: os meteoros visíveis são raros mas percorrem uma grande distância no céu, ou seja, vai ver longas estrelas cadentes. À medida que a noite avança, o radiante sobe no céu, pelo que se vêem cada vez mais estrelas cadentes, mas de rasto cada vez mais curto. Por volta da meia-noite duram apenas alguns décimos de segundo.
Não basta olhar para o céu durante apenas alguns minutos. Infelizmente, não é assim que funciona. Para qualquer descoberta bem-sucedida, é preciso ser paciente. Além disso, a luminosidade urbana não permite uma boa observação do céu, por isso recomendamos, onde quer que esteja, que procure um ponto alto com visibilidade para N/NE. Se estiver em Lisboa, tente a sua sorte no Miradouro da Penha de França ou no Miradouro das Três Cruzes do Calhau, em Monsanto. A decisão acertada será rumar a pontos altos da Serra de Sintra, a Peninha, por exemplo. Não são necessários binóculos ou um telescópio, mas um par de binóculos para campos estelares é uma boa opção para aumentar a visibilidade.
Caso se queira juntar a um grupo, há muitas empresas que organizam passeios para observações astronómicas, como a Green Trekker, que marcou sessões (10€/pessoa) para 11 de Agosto, no Cabo Espichel, na Lagoa de Óbidos e na Serra do Marão; ou a Hike Land, que marcou sessões (10€/pessoa) para o mesmo dia, mas nas Dunas da Cresmina, nos Olhos D’Água do Alviela e na Serra da Lousã.
Depois da chuva de estrelas, uma Lua Azul e Saturno
Ao longo da terceira semana de Agosto, poderá assistir também a uma Lua Azul sazonal, no dia 19 de Agosto, pelas 19.26. Uma Lua Azul sazonal é a terceira Lua Cheia numa estação astronómica com quatro Luas Cheias. Por regra, cada estação tem três meses e três Luas Cheias, mas às vezes há uma quarta, pelo que haver uma Lua Azul sazonal é relativamente raro. Normalmente, só temos uma Lua Cheia extra a cada 2,5 a 3 anos. Depois desta, só voltamos a ter uma em 2027, no dia 20 de Maio.
Para terminar o mês em beleza, Saturno erguer-se-á mesmo por cima da Lua quase cheia pouco depois do cair da noite de terça-feira, 20 de Agosto. Isto significa que, ao longo da noite, estes dois corpos celestes brilharão lado a lado. Como acréscimo, o planeta Neptuno estará mesmo por baixo e à esquerda da Lua e de Saturno, mas esse só será visível com recurso a um telescópio.
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