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“Avanti marinai!” Pop Dell’Arte vão revisitar o clássico ‘Free Pop’ no Lux

A banda fundada em 1985 por João Peste e o residente do Lux Zé Pedro Moura vai tocar o álbum de estreia de fio a pavio, a 10 de Outubro, na sala de Santa Apolónia.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Pop dell'Arte
© Céu GuardaPop dell'Arte
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Quase 40 anos depois da sua formação, em 1985, os Pop Dell’Arte continuam a ser uma das mais entusiasmantes bandas portuguesas. Tocam apenas quando e aquilo que bem lhes apetece, indiferentes aos ritmos e imposições da indústria, com uma liberdade rara na música popular e até nas músicas periféricas. Os seus concertos são sempre momentos irrepetíveis. Mas o de 10 de Outubro, no Lux, é ainda mais especial, porque vão tocar o álbum de estreia, Free Pop, de uma ponta à outra.

Lançado pela Ama Romanta em 1987, meses depois da edição single Querelle” (com “Mai ‘86” no lado B, ambas deixadas de fora do álbum), Free Pop continua a ser um dos mais importantes discos nacionais da década de 1980 – talvez o mais importante. Um objecto precioso que, apesar de não renegar as raízes portuguesas e reflectir a vivência lisboeta do grupo, estava imperfeitamente sintonizado com e atento ao que artistas como os Einstürzende Neubauten ou The Ex andavam a fazer, e ao que pioneiros como The Pop Group e Lou Reed haviam feito, noutras latitudes.

Nas canções de Free Pop há de tudo: ecos do punk, vislumbres de perfeição pop, polifonia aventureira; um contínuo e entusiasmado diálogo com a história da música e outras canções, mas também constantes piscares de olho às vanguardas políticas e artísticas da sua época. É tentador suspirar que já não se fazem discos assim” à medida que o ouvimos, mas a verdade é que nunca se fizeram muitos discos assim. É por isso que este é especial. E que voltar a ouvi-lo ao vivo é motivo de regozijo. 

Antes do concerto, houve uma redição (outra vez)

A actuação de 10 de Outubro não vai ser a primeira inteiramente dedicado a Free Pop neste século. A banda também revisitou o disco em 2011, no Musicbox, pouco depois da sua reedição em CD pela Louie Louie. Desta feita, segundo os responsáveis pelo Lux Frágil, “foi sua reedição em Abril de 2024, pela Grama – integrada numa colecção de vinis que celebra o 25 de Abril de 1974, bem como a liberdade e a democracia então conquistadas – [que] conduziu à ideia de realizar um concerto especial”.

O alinhamento não vai, no entanto, cingir-se às canções de Free Pop. O grupo vai também tocar temas icónicos de discos como Sex Symbol e Arriba! Avanti, e mais uns quantos de Transgressio Global (2020), já gravado pela actual formação – que inclui Paulo Monteiro e o baterista Ricardo Martins, além de João Peste e Zé Pedro Moura. É até possível que revisitem uma ou outra canção do anterior Contra-Mundum (2010).

Os bilhetes para o concerto já se encontram à venda online e nos locais habituais. Custam 13€.

Lux Frágil. 10 Out (Qui). 22.30. 13€

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