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O plano é tornar a zona que envolve Sete Rios, a Praça de Espanha e a Gulbenkian numa "nova centralidade" (expressão consecutivamente sublinhada pelo actual executivo) de Lisboa e uma das peças do puzzle é a empreitada que vai tornar a Avenida Santos Dumont, paralela à Avenida de Berna, já quase a chegar ao Bairro de Santos (conhecido como Rego), mais amigável para o ambiente e para o peão. Não tardaram, por isso, a surgir projectos imobiliários na zona e nesta avenida em particular, chamando a atenção para o novo "oásis em Lisboa".
Sobre a requalificação do espaço público, o concurso foi lançado em Fevereiro e agora, dá conta o Lisboa Para Pessoas, há ordem para a empreitada que dotará a avenida de "um alinhamento de árvores contínuo no separador central, onde existirá estacionamento e um corredor pedonal de acesso a esse estacionamento". As passadeiras serão sobrelevadas e será implementado "pavimento confortável" nas áreas caminháveis. Com excepção do troço junto à Praça de Espanha, que terá uma "pequena ciclovia bidireccional", a avenida vai integrar a circulação mista de automóveis e bicicletas, com a redução do limite de velocidade para 30 quilómetros por hora (modelo 30+bici). Para o mesmo local, está ainda prevista a instalação de uma estação de bicicletas GIRA.
O verde não vem sozinho
Se esta foi a zona que ganhou uma das áreas verdes mais elogiadas da cidade, o Parque Urbano Gonçalo Ribeiro Telles, na Praça de Espanha, vendo, mais a Sul, crescer a nova ala dos jardins da Gulbenkian, por exemplo, também os empreendimentos na vertical ganham força e valor comercial.
Na Avenida Santos Dumont, há apartamentos novos a arrendar por 4000 euros por mês e à venda por um 1,9 milhões, como anuncia a plataforma Idealista. Destacam-se, também, os dois condomínios de luxo (280 casas, com direito a jardim, ginásio e, em alguns casos, piscina privativa no rooftop, cujos preços vão dos 437 mil aos 2,8 milhões de euros) da Avenida dos Combatentes, ou o edifício de 14 pisos no lugar do antigo mercado da Praça de Espanha. É, ainda, neste enquadramento que vão ficar a sede do Grupo Jerónimo Martins, bem como um hotel e habitação do Montepio Associação Mutualista (era para ter sido ali construído o edifício-sede, mas o Montepio decidiu alterar o uso dos terrenos). Ao primeiro, a Câmara Municipal de Lisboa vendeu o terreno por cerca de 17 milhões de euros e ao segundo, cedeu, resolvendo uma situação que se arrastava há anos.
Não muito longe, em Entrecampos, cresce o projecto nos terrenos da antiga Feira Popular, vendidos à Fidelidade por 238,5 milhões de euros. Vai contar com comércio, serviços, zonas de lazer e habitação de luxo desenhada por Álvaro Siza Vieira e Souto de Moura, prevendo-se a conclusão da obra para 2026.
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