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Os artistas Mariana Duarte Santos e Tiago Salgado “Regg” pintaram seis gigantes murais no Bairro 2 de Maio, num projecto artístico que contou com a participação dos próprios moradores. A empreitada resultou ainda numa exposição de fotografia chamada Um Museu Um Bairro, que a partir desta sexta-feira e até 28 de Fevereiro pode ser vista no Mercado da Boa Hora e na Casa Azul, um espaço comunitário do bairro.
A Galeria de Arte Urbana (núcleo da Direção Municipal de Cultura do Município de Lisboa) desafiou os dois artistas a interpretarem um conjunto de obras do espólio do Museu de Lisboa e a partir delas criarem obras de arte urbana em seis empenas do Bairro 2 de Maio. Um processo no qual participaram os moradores, que não só ajudaram a escolher as seis obras do museu que serviriam de base para este trabalho, como emprestaram as suas histórias e sentimentos para o resultado final. O processo de criação artística é agora revelado em imagens na exposição Um Museu Um Bairro.
![Um Museu Um Bairro](https://media.timeout.com/images/105859059/image.jpg)
“A inspiração para este projecto teve origem na exposição de fotografia Dutch Masters Revisited, patente em 2020 no Museu de Amesterdão, exposição onde foram recriados quadros do ‘período dourado’ (séc. XVII e XVII) da pintura holandesa, com figuras da actualidade multicultural da sociedade holandesa, de modo a destacar a ideia dos invisíveis do passado, dando-lhes visibilidade nos dias de hoje, a partir de obras clássicas”, explica o município em comunicado, sublinhando a importância da valorização do património municipal e da descentralização da oferta cultural no espaço público. Por cá, o projecto contou com o apoio da Junta de Freguesia da Ajuda e Associação Amigos do B2M – Bairro Alto da Ajuda.
![Um Museu Um Bairro](https://media.timeout.com/images/105859060/image.jpg)
Mariana Duarte Santos ficou responsável por reinterpretar as obras “Rua do Arco do Marquês D'Alegrete” (1910), de Roque Gameiro; “A cidade de Lisboa elege a sua primeira vereação (Sufrágio)” (1913), de Veloso Salgado; e “A Leitura - Grupo do Consultório do Professor Francisco Pulido Valente” (1955), de Abel Manta. O resultado, e por ordem, são os murais “Neighbours” (na Rua Armando Lucena, 1), “Memórias da evasão” (Rua Armando Lucena, 9) e “Leitura” (Rua Armando Lucena, 9). Já Tiago Salgado “Regg” ficou com as obras “O Marquês de Pombal examinando os planos da reconstrução de Lisboa” (1881-1883), de Miguel ngelo Lupi; “Viriatus” (1923), de Pedro da Fonseca Guedes; e “Terreiro do Paço no séc. XVII” (1662), de Dirk Stoop – criando os murais “An opening in the sea of marble” (Rua Armando Lucena, 22), “The Inevitable Hourglass” (Rua César Nogueira, L16) e “The Linen Ghost” (Rua Armando Lucena, 5).
Um bom pretexto para conhecer melhor o espólio artístico da cidade e também visitar o grande museu a céu aberto que é agora o Bairro 2 de Maio.
Mercado da Boa Hora. Travessa da Boa Hora à Ajuda (até 28 de Fevereiro). Ter-Sáb 08.00-14.00/ Casa Azul. Rua Pinto Quartin, Lote 49, Loja 2 (até 3 de Fevereiro). Entrada livre.
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