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Os artistas Mariana Duarte Santos e Tiago Salgado “Regg” pintaram seis gigantes murais no Bairro 2 de Maio, num projecto artístico que contou com a participação dos próprios moradores. A empreitada resultou ainda numa exposição de fotografia chamada Um Museu Um Bairro, que a partir desta sexta-feira e até 28 de Fevereiro pode ser vista no Mercado da Boa Hora e na Casa Azul, um espaço comunitário do bairro.
A Galeria de Arte Urbana (núcleo da Direção Municipal de Cultura do Município de Lisboa) desafiou os dois artistas a interpretarem um conjunto de obras do espólio do Museu de Lisboa e a partir delas criarem obras de arte urbana em seis empenas do Bairro 2 de Maio. Um processo no qual participaram os moradores, que não só ajudaram a escolher as seis obras do museu que serviriam de base para este trabalho, como emprestaram as suas histórias e sentimentos para o resultado final. O processo de criação artística é agora revelado em imagens na exposição Um Museu Um Bairro.
“A inspiração para este projecto teve origem na exposição de fotografia Dutch Masters Revisited, patente em 2020 no Museu de Amesterdão, exposição onde foram recriados quadros do ‘período dourado’ (séc. XVII e XVII) da pintura holandesa, com figuras da actualidade multicultural da sociedade holandesa, de modo a destacar a ideia dos invisíveis do passado, dando-lhes visibilidade nos dias de hoje, a partir de obras clássicas”, explica o município em comunicado, sublinhando a importância da valorização do património municipal e da descentralização da oferta cultural no espaço público. Por cá, o projecto contou com o apoio da Junta de Freguesia da Ajuda e Associação Amigos do B2M – Bairro Alto da Ajuda.
Mariana Duarte Santos ficou responsável por reinterpretar as obras “Rua do Arco do Marquês D'Alegrete” (1910), de Roque Gameiro; “A cidade de Lisboa elege a sua primeira vereação (Sufrágio)” (1913), de Veloso Salgado; e “A Leitura - Grupo do Consultório do Professor Francisco Pulido Valente” (1955), de Abel Manta. O resultado, e por ordem, são os murais “Neighbours” (na Rua Armando Lucena, 1), “Memórias da evasão” (Rua Armando Lucena, 9) e “Leitura” (Rua Armando Lucena, 9). Já Tiago Salgado “Regg” ficou com as obras “O Marquês de Pombal examinando os planos da reconstrução de Lisboa” (1881-1883), de Miguel ngelo Lupi; “Viriatus” (1923), de Pedro da Fonseca Guedes; e “Terreiro do Paço no séc. XVII” (1662), de Dirk Stoop – criando os murais “An opening in the sea of marble” (Rua Armando Lucena, 22), “The Inevitable Hourglass” (Rua César Nogueira, L16) e “The Linen Ghost” (Rua Armando Lucena, 5).
Um bom pretexto para conhecer melhor o espólio artístico da cidade e também visitar o grande museu a céu aberto que é agora o Bairro 2 de Maio.
Mercado da Boa Hora. Travessa da Boa Hora à Ajuda (até 28 de Fevereiro). Ter-Sáb 08.00-14.00/ Casa Azul. Rua Pinto Quartin, Lote 49, Loja 2 (até 3 de Fevereiro). Entrada livre.
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