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Baixar, proteger, aguardar. Sabe o que fazer em caso de sismo?

Como se deve preparar, o que fazer durante e depois de um sismo, e qual o plano de Portugal em caso de tremor de terra.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
A Terra Treme
© ANPCImagem do exercício A Terra Treme, realizado anualmente para alertar e sensibilizar a população sobre como agir antes, durante e depois de um sismo
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O abalo desta segunda-feira – 5,3 na escala de Richter – afectou maioritariamente o Sul do país, mas foi sentido por volta das 05.11 um pouco por todo o território continental. O epicentro foi a cerca de 60 quilómetros a oeste de Sines, seguido por três réplicas de menor dimensão, mas a Protecção Civil garante que o terramoto causou apenas danos materiais, não existindo registo de vítimas ou feridos. Apesar de ter tido origem no Atlântico, não há risco de tsunami, adiantam os especialistas. Agora, é monitorizar (é possível consultar a actividade sísmica registada no site do Instituto do Mar e da Atmosfera) e, claro, preparar-se para o próximo. Se não sabe o que deve fazer em caso de sismo, nós dizemos-lhe que comportamentos deve adoptar antes, durante e após.

Um sismo ou terramoto é um fenómeno natural resultante de uma rotura na crosta terrestre, que conduz à libertação repentina de grandes quantidades de energia, que se propagam até à superfície terrestre, e ao longo da mesma, em forma de ondas sísmicas. Apesar de serem considerados imprevisíveis, é possível prever as características dos sismos que podem afectar determinadas regiões durante determinados períodos de tempo. Acontece que a única forma de reduzir significativamente as consequências dos sismos é através de políticas preventivas, ou seja, agindo antes dos sismos e não depois.

Portugal tem algum plano de prevenção?

Em Portugal, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil realiza anualmente A Terra Treme, um exercício para alertar e sensibilizar a população sobre como agir antes, durante e depois da ocorrência de um sismo. O último evento aconteceu a 14 de Novembro de 2023 e ainda não há data para o próximo, mas é possível aceder a toda a informação online num site criado para o efeito, que também inclui vídeos educativos, incluindo um episódio da animação Tinoni & Companhia.

Lisboa tem um historial preocupante em matéria de sismos, que podem ser de moderada a forte magnitude, e uma percentagem ainda elevada de edifícios pombalinos e dos chamados gaioleiros (construídos segundo regras idênticas mas mais recentes, até 1930). E, segundo o Guia de Boas Práticas de Reforço Sísmico da Câmara Municipal de Lisboa, “a grande maioria do edificado existente actualmente, na cidade de Lisboa, apresenta tipologias mistas ou adulteradas, muitas vezes com a introdução de betões, sem que se tenha tido em consideração o respectivo reforço sísmico”. Além disso, até 2019 não havia qualquer grau de exigência legal de reforço sísmico na reabilitação de edifícios, embora a autarquia garanta estar a desenvolver a actualização da carta de solos do concelho, bem como um indicador de resistência sísmica dos edifícios.

O que fazer antes de um sismo

Crie um plano de emergência familiar. Primeiro, deverá perceber se o edifício onde mora foi construído ou reabilitado com recurso a técnicas anti-sísmicas e certificar-se que toda a família sabe como desligar os sistemas de água, luz e electricidade. Além disso, também é importante saber quantas saídas de emergência há no seu prédio e como lá chegar. Depois convém:

  • Identificar os locais mais seguros, como cantos de paredes-mestras e debaixo de mesas ou camas, e os mais perigosos da sua casa, nomeadamente perto de janelas, espelhos, candeeiros, móveis e outros objectos que não se encontrem fixos ou sejam feitos de materiais frágeis
  • Fixar todos os objectos que podem cair e causar danos adicionais, como móveis, armários, estantes e até espelhos e molduras pesadas, que não devem ser colocados por cima de potenciais locais de abrigo, como portas e camas
  • Desimpedir todos os corredores de objectos e móveis volumosos, para facilitar a evacuação em situações de emergência
  • Fazer um kit com material de primeiros socorros, lanterna, rádio a pilhas e pilhas sobressalentes, apito, documentos de identificação, água e alimentos não perecíveis

O que fazer durante um sismo

Os comportamentos a adoptar podem mudar ligeiramente dependendo do local onde se encontra. Se estiver num espaço interior, como em casa ou no escritório, deverá dirigir-se para o local seguro mais próximo, baixar-se, protegendo a cabeça, e aguardar até o abalo terminar. Se ficar preso, não grite por ajuda, uma vez que é recomendado evitar acções que despendem muita energia. Em vez disso, faça barulho com objectos que tenha à mão, de forma a alertar outras pessoas.

“Fugir durante um sismo pode aumentar o risco de acidente. Por isso, só deve sair de casa ou edifício quando for seguro. Depois, olhar em volta, vendo se há perigo. Ao sair de casa, deve calçar ténis ou sapatos robustos”, alerta a Cruz Vermelha, numa brochura sobre “O que fazer em caso de sismo?”, que incentiva a descarregar a aplicação de primeiros socorros, disponível para IOS e Android.

Se estiver na rua, o melhor é manter-se afastado de edifícios, a uma distância de duas vezes o tamanho do prédio ou prédios em questão, e longe do mar ou de cursos de água. Não deverá regressar a casa até que seja seguro.

E depois do tremor de terra?

  • Não se precipite para a saída nem utilize elevadores ou carros
  • Se ainda estiverem a funcionar e for seguro, desligue a electricidade, a água e o gás. Caso a electricidade tenha ido abaixo, não tente reiniciar o disjuntor, pois pode provocar um incêndio
  • Não use o telemóvel, a não ser em caso de emergência
  • Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros, na eventualidade de uma fuga de gás
  • Se tiver um extintor em caso, mantenha-o por perto
  • Não tente salvar ninguém sozinho
  • Em caso de danos estruturais do prédio ou ferimentos de quem nele habita, contacte as autoridades, como a Protecção Civil (214 247 100), os bombeiros (213 422 222), a GNR (213 217 000), a Cruz Vermelha (217 714 000) ou o INEM (112)

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+ “Olha a onda!” Afinal, o que se deve fazer em caso de tsunami em Lisboa?

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