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Desde 2020 que Cascais é a casa da Be We. A ideia que a braileira Veruska Olivieri trouxe na mala, quando se mudou para Portugal, em 2019, ganhou a forma de uma concept store e encheu-se de marcas capazes de oferecer o que muitos procuram na hora de escolher uma peça de vestuário ou acessórios: qualidade e durabilidade. Na curadoria, criou uma ponte entre os dois lados do Atlântico. Três anos depois, a expansão era inevitável e, como qualquer negócio já estabelecido numa vila à beira-mar, a Be We quis rumar ao coração de Lisboa. A nova morada é no Chiado e condensa, numa montra bem mais pequena, o espírito de uma loja preocupada com a sustentabilidade.
“Não é tão longe para ter de levar mala, nem tão perto para poder ir de pijama”, brinca a proprietária. A nova loja é, antes de mais, um teste logístico para outros voos. Sem o stock por perto e com uma loja de 70 metros quadrados (a de Cascais tem cerca de 600), o primeiro desafio foi seleccionar o melhor para um novo público. “É uma expansão segura nesse primeiro momento, para a gente poder testar. O nosso fluxo de venda online é muito orgânico e isso também foi uma questão importante para a gente. Daí a escolha do Chiado – tem sempre gente que vem, conhece a loja e continua comprando online”, continua Veruska.
Nos expositores estão algumas das marcas fulcrais da Be We. A Nowa, conhecida pelas gangas de produção nacional, a Gás, a Brava ou a Lemon Jelly, os óculos da Broolls ou as jóias de Inês Telles. Juntas formam uma espécie de embaixada da criatividade nacional, algo que Veruska quis usar como bandeira desde o primeiro dia. “O produto português é maravilhoso e tem coisa aqui que, às vezes, nem o português conhece. Fico super-feliz quando chega uma pessoa dentro da loja e se surpreende quando percebe que uma peça é portuguesa. É muito gostoso você dar a conhecer, dar palco para essas marcas. E é um trabalho de curadoria. Antigamente, a gente ia mais atrás das marcas. Hoje, as marcas chegam mais até à gente. Eu recebo em média cinco e-mails de marcas novas por dia. É muita coisa”, explica.
Pelo meio, há espaço para apresentar uma linha própria de fragrâncias para a casa. As marcas brasileiras chegam logo a seguir, num espaço que também se quer rotativo e dinâmico. Falamos dos fatos de banho e biquínis da Rio de Sol, das malas de Catarina Mina ou das peças tingidas de forma natural de Flávia Aranha. Uma ligação ao Brasil que, em Cascais, tem atraído clientes de todos os cantos do mundo. “Cascais é do mundo. Lá tem 192 nacionalidades, descobri isso. Na loja tem muitos residentes portugueses, tem residentes internacionais. Brasileiros, por incrível que pareça, não é o nosso forte.”
No contexto internacional, o catálogo também está bem recheado. No espaço anteriormente ocupado pela portuguesa +351 – esta está agora duas ruas acima –, muitas das propostas de moda acabam por ser unissexo, responsabilidade de marcas como a dinamarquesa Rains ou as espanholas Ecoalf e Camper. A sustentabilidade está sempre presente.
Com um plano de expansão em marcha, Veruska Olivieri já pensa nos próximos passos. “No ano que vem, a ideia é ir para o Porto”, admite. Os anos seguintes serão destinados a investir fora de Portugal. A empresária brasileira tem cinco opções na mira, mas sempre com o objectivo de dar destaque a marcas e produtos de cada lugar. “Como a gente trabalha com muita produção local, se for, por exemplo, para Espanha, eu quero produção espanhola. A ideia será sempre essa. Ter o nosso DNA, mas sempre de um jeito diferente. Cada Be We é uma Be We."
Rua Anchieta, 7 (Chiado). Seg-Sáb 10.00-20.00, Dom 11.00-20.00
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