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Os rumores e as apostas já permitiam antever que a noite seria feliz para o casal Virgilio Martinez e Pía León, chefs do Central, restaurante em Lima que se tornou numa verdadeira embaixada gastronómica do Peru. Esta terça-feira, em Valência, foram eles os reis da festa da cerimónia dos 50 Best Restaurants, destronando o domínio nórdico dos últimos anos (em 2022 foi o Geranium o número um e em 2021 foi o Noma, ambos em Copenhaga). Do lado de Portugal, destacou-se José Avillez, única presença portuguesa entre os 50 melhores do mundo desde 2019. Desta vez, o Belcanto ascendeu ao 25.º lugar.
No segundo lugar ficou o Disfrutar, em Barcelona, do trio Oriol Castro, Eduard Xatruch e Mateu Casañas, seguindo-se na terceira posição o DiverXO, em Madrid, de Dabiz Muñoz. Sobre o Central, que no ano passado tinha ficado em 4.º lugar, aplaudiu-se o trabalho único feito à volta da biodiversidade do Peru. No seu menu de degustação, cada prato corresponde a um ecossistema, do mar às montanhas dos Andes. “À medida que o conceito do Central se desenvolveu ao longo dos anos, o menu evoluiu de forma a levar os comensais a 15 ecossistemas peruanos diferentes, categorizados por altitude – dos 15 metros abaixo da superfície do Oceano Pacífico a 4200 metros de altitude nos Andes. Cada prato reflecte a origem dos seus ingredientes”, lê-se no site dos 50 Best Restaurants, concorrentes fortes do Guia Michelin, sobre o restaurante de Virgilio Martinez e Pía León.
“Dá-me muito prazer partilhar a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo em 2023 e comemorar a fantástica conquista do Central como novo número um. O Virgilio Martinez, a Pía León e toda a equipa do Central abriram realmente caminho para que se celebrassem os ingredientes indígenas através dos seus pratos inovadores e do ambiente acolhedor”, destaca, em comunicado, William Drew, director de conteúdo dos 50 Best Restaurants. “O seu compromisso com a pesquisa, o respeito pela herança do seu país e a promoção do Peru como uma biodiversidade única é incomparável”, acrescenta ainda, enaltecendo como “a lista deste ano continua a mostrar a amplitude do talento culinário em todo o mundo”.
A lista final dos 50 melhores restaurantes é decidida por um painel 1080 peritos gastronómicos, espalhados por todo o mundo, entre chefs, jornalistas e influenciadores. Do resultado da votação surge, na verdade, uma lista de 100 restaurantes (sendo o Belcanto o único representante português). Quando a gala anual acontece já se sabem os restaurantes que ficaram entre as posições 51 e 100.
Desde 2019 que os restaurantes que ficam em primeiro lugar não podem voltar a entrar no ranking, passando para uma lista à parte que reúne os melhores dos melhores, onde está, por exemplo, o espanhol El Bulli ou o italiano Osteria Francescana.
A lista completa pode ser consultada aqui.
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