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Vincent é um dos principais marionetistas de Nova Iorque e o criador de Good Day Sunshine, um popular programa de televisão infantil. Embora o casamento esteja longe de ser feliz, o seu mundo começa a desmoronar quando o filho de oito anos, Edgar, é raptado no caminho para a escola. Inundado de sentimentos de culpa, Vincent cria um monstro azul chamado Eric, inspirado nos desenhos do filho, e integra-o no programa televisivo, na esperança de ajudar a encontrar Edgar. Eric é também o nome da nova minissérie da Netflix, ambientada numa insegura cidade de Nova Iorque dos anos 1980, que conta com Benedict Cumberbatch (A Incrível História de Henry Sugar, Sherlock) e Gaby Hoffmann (Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty) nos papéis dos pais desesperados, e marca a estreia do jovem actor Ivan Howe. O elenco inclui ainda uma participação portuguesa: o actor José Pimentão, que volta a integrar uma produção da Netflix, após 1899. Com um total de seis episódios, chega ao streaming a 30 de Maio.
A minissérie é uma ideia de Abi Morgan, dramaturga galesa que também se tornou uma argumentista de sucesso. Prova disso é a série The Hour (2011-2012), que lhe valeu um Emmy, ou o filme A Dama de Ferro (2011), nomeado aos BAFTA, no mesmo ano em que esteve nomeado o seu argumento para a série O Canto do Pássaro. O que são apenas três parcos exemplos da presença de Morgan nas agremiações de prémios. Em declarações à Tudum, a plataforma de notícias da Netflix, a criadora, que aqui também assume as rédeas do argumento, recorda quando tentou vender a série à gigante do streaming: “Quando apresentei a ideia de um marionetista nova-iorquino em busca do seu filho desaparecido, com um monstro azul de 2,50 metros de altura a reboque, a Netflix ficou muito satisfeita”. É que o monstro tem também um papel de destaque em alucinações de Vincent.
Morgan dá também um contexto mais alargado sobre o pano de fundo da acção: “Eric é um mergulho profundo na Grande Maçã dos anos 80, confrontado com o aumento das taxas de criminalidade, a corrupção interna, o racismo endémico, uma subclasse esquecida e a epidemia de SIDA, expondo as divisões existentes entre os pais que procuram os seus filhos, um detective que luta contra um sistema que está danificado e um rapaz perdido que pode nunca voltar para casa, e pergunta onde estão os verdadeiros monstros. Com fantoches... muitos fantoches”. Para Cumberbatch, também produtor executivo, “esta é uma história sobre pessoas que procuram a sua casa”. “Quer se trate de uma criança, de um sem-abrigo, de um polícia negro homossexual, de uma mulher num casamento infeliz, ou mesmo do Eric na série, trata-se de encontrar um lugar”.
O personagem Vincent é um homem de profundidade complexa. Muito inteligente e carismático, é também um narcisista que tenta encontrar no seu trabalho a salvação de uma infância infeliz, ao mesmo tempo que negligencia a mulher e o filho. Um homem “agressivo, malcriado, engraçado e irreverente” que, para Morgan, o fazia lembrar o Sherlock Holmes de Cumberbatch. No entanto, para a realizadora Lucy Forbes era importante que este novo papel não fizesse lembrar trabalhos passados e “é por isso que o cabelo dele está maior, tem barba e pusemos-lhe óculos”, diz Forbes, “para o fazer sentir como Vincent tanto quanto possível”.
Nesta história, Vincent é casado há dez anos com Cassie (Gaby Hoffmann), “alguém que se deixou prender numa vida que, em última análise, não a serve porque pensa que é o melhor para o seu filho”, explica a actriz. Uma mulher, acrescenta Morgan, que está “a levar a sua sanidade mental ao limite”, enquanto se empenha em encontrar o filho”. Uma procura que está também a ser levada a cabo pelo detective Michael Ledroit, interpretado por McKinley Belcher III (One Piece), um homem que ao mesmo tempo se debate com o ter de esconder a sua homossexualidade.
O elenco conta também com Dan Folger (Monstros Fantásticos) no papel de Lennie, melhor amigo de Vincent; e também com o actor português José Pimentão. A Netflix não avançou qual o seu personagem nesta história, mas p IMDB diz-nos que se chama Sebastian. No trailer, aos 25 segundos, conseguimos (ou pensamos conseguir) vê-lo de relance ao volante de uma carrinha no momento em que o pequeno Edgar sai de casa sozinho. Poderá ser ele o vilão?
Netflix. Estreia a 30 de Maio
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