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Bibliotecas públicas vão emprestar e-books e audiolivros, mas APEL alerta para “fragilidades”

A BiblioLED vai ser lançada dentro de “algumas semanas”. Um lançamento que a representante de editores e livreiros vê com apreensão.

Hugo Torres
Carolina Valente
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Hugo Torres
Escrito por:
Carolina Valente
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Photograph: Perfecto Capucine/Unsplash
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Os leitores inscritos nas bibliotecas municipais integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) vão poder aceder gratuitamente a e-books e audiolivros. Estes empréstimos digitais vão acontecer através de uma plataforma designada BiblioLED, que apesar de ainda não estar a funcionar já está online, com um guia de perguntas e respostas para ir esclarecendo dúvidas.

Bruno Eiras, subdiretor-geral da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), entidade responsável pela iniciativa, disse à agência Lusa que o serviço “será lançado daqui a algumas semanas”. No entanto, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) aponta para várias fragilidades na plataforma e desaconselha a adesão dos seus associadas ao projecto.

Apesar de reconhecer o potencial da iniciativa, a APEL diz em comunicado que esta acarreta riscos significativos para o sector editorial e livreiro, comprometendo objectivos fundamentais como a promoção da leitura e o acesso equilibrado a conteúdos de qualidade, assim como a incapacidade de cumprir o papel complementar que a rede de bibliotecas tem com o sector livreiro”.

Um dos principais problemas detectados pela APEL é o facto de a selecção de conteúdos estar nas mãos de uma entidade estrangeira, resultando no desconhecimento do mercado e especificidades do leitor português. Outro é a dupla receita gerada pela empresa que está a desenvolver a BiblioLED (apesar de esta ser 100% financiada pelo PRR, os editores são obrigados a pagar taxas adicionais).

A APEL alerta ainda para o impacto na cadeia de valor do livro” – “a plataforma, sem ter assegurado a complementaridade com os livros físicos a partir de um modelo equilibrado de licenciamento, pode prejudicar as livrarias independentes e limitar o acesso sustentável ao livro. Por fim, referem-se ainda problemas ao nível da segurança e direitos de autor”.

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