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O fecho do histórico bar lisboeta deixou o bairro que lhe serviu de casa, a Bica, mais pobre. As portas encerraram dia 6 e, com elas, uma das paragens mais concorridas da noite de Lisboa passou a lembrança. Mas o fim, anunciado através da página de Facebook, deixa um "até jazz" no ar.
Foi através de um post de Facebook que clientes, amigos e noctívagos lisboetas passaram a saber do fecho do Bicaense. O espaço, que abriu portas no final dos anos noventa pela mão de Mikas, figura responsável por outros conceitos como o WIP, o Clube Ferroviário ou, mais recentemente, o Social B, serviu de propulsor à revitalização da histórica rua mas fechou em 2014. Já numa segunda vida, desta feita pela mão de Hugo Gomes de Sousa, o Bicaense regressou ao roteiro até ao anúncio repentino de encerramento.
"Faz 4 anos e 4 meses neste dia 4 que se reabriu esta porta 42. E foram 224 semanas a receber-vos a todos. Mas o Bicaense, que já teve muitas vidas, encerra este fim‑de‑semana mais um capítulo da sua já longa história. Outro se abrirá. Isto é mais um até jazz", lê-se na página do Facebook. "Mas se sei que muitos sentirão a nossa falta, sei que a vossa falta será por nós, por mim, ainda mais sentida. Mas é isto a vida."
Em comentário no Facebook da página, Hugo Sousa fala de "inoperância das autoridades e edilidade desta cidade perante o cenário actual daquela que dizem ser uma das mais lindas ruas da mesma". "Muito se fala da problemática em torno do Adamastor. Esquecem-se os arredores, onde todos estes fenómenos têm tido efeitos devastadores no comércio e vivência destas ruas. O Bicaense não foi o primeiro, e não vai ser o último. Mas isso é toda uma outra conversa", escreve ainda.