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A história da música portuguesa confunde-se, ao longo das últimas quatro décadas, com a marca Blitz. Para assinalar os seus 40 anos, o antigo jornal convidou quatro gerações de artistas para tocarem na MEO Arena a 12 de Dezembro, quinta-feira.
Os cabeças de cartaz são os Xutos & Pontapés, cuja carreira precede a fundação do Blitz, mas que cresceram em paralelo com a publicação. Seguem-se dois nomes que não vieram a tempo de ler-se no jornal, no entanto foram celebrados nas páginas da revista: Gisela João, nascida a 6 de Novembro de 1983, que estava a fazer um ano quando a primeira edição chegou às bancas; e os Capitão Fausto, que se juntaram quando a Blitz já era revista. E ainda MARO, com menos dez anos do que a marca.
No artigo que anuncia o concerto, a redacção do Blitz escreve que “mais novidades serão reveladas em breve”. Por agora, além da data e do cartaz, sabem-se apenas os preços dos bilhetes, que vão dos 25€ aos 100€ e já se encontram à venda.
O jornal que moldou a música portuguesa
Dificilmente algum artista surgido nas últimas quatro décadas deixou uma marca tão grande na música nacional como o Blitz. Fundado em Novembro de 1984 pelos jornalistas Manuel Falcão, Rui Monteiro (ex-Time Out) e Cândida Teresa, começou por ser um semanário musical, inspirado em publicações britânicas como o New Musical Express ou o Melody Maker, e assim se manteve durante mais de duas décadas.
Até que, em 2006, foi obrigado pelas crises da imprensa e da indústria discográfica a reinventar-se como uma revista mensal e um site com actualização diária. A edição em papel seria também extinta, em Janeiro de 2018, na sequência da venda da maior parte dos títulos do grupo Impresa à Trust In News de Luís Delgado (antigo administrador e um dos responsáveis pela chegada da Time Out a Lisboa, em 2007).
Hoje, a marca sobrevive como um vertical do Expresso, com uma equipa dedicada às actualizações da página da internet e à produção de conteúdos para a E, a revista do semanário de referência nacional. Continuam lá jornalistas e críticos musicais como Luís Guerra, Mário Rui Vieira, Lia Pereira e Paulo André Cecílio.
Mas, se ainda se pode falar de uma imprensa musical em Portugal, ela é indissociável do velho Blitz. Escreveram e cresceram lá autores como Nuno Galopim, acutalmente à frente da Antena 1, durante duas décadas responsável pela música no Diário de Notícias (e também ex-Time Out), Mário Lopes, do Público, ou, entre muitos outros, Jorge Lopes, hoje no Jornal de Notícias e o primeiro editor de música da Time Out Lisboa, de onde saiu no final de 2009, para lançar a Time Out Porto no ano seguinte. Outros antigos críticos desta publicação, como Pedro Gonçalves, António Pires, José Marmeleira ou Gonçalo Frota (hoje ambos no Público), também vieram de lá.
MEO Arena. 12 Dez (Qui). 20.30. 25€-100€.
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